Poderia ser apenas a celebração comum de um acesso - gritos, abraços, fogos, aquela catarse previsível que se solta quando a bola para de rolar. Mas o que se viu no Mangueirão, no instante em que o Clube do Remo confirmou sua volta à Série A, após 31 anos, rompeu o roteiro tradicional do futebol e se aproximou de algo maior, quase mítico. Belém, essa cidade onde fé e festa caminham de mãos dadas, pareceu transformar o estádio em um Círio improvisado, um templo momentâneo onde devoção, identidade e alegria se misturaram em comunhão azulina.
Assim que o árbitro deu o último apito, a contenção se tornou impossível. A torcida azulina, há décadas carregando o fardo da espera, transbordou pelos corredores, derrubou limites emocionais e físicos e fez do gramado um mar azul de pura entrega. Lá no centro do campo, uma cena para ser guardada em qualquer antologia da cultura paraense: a imagem gigante de Nossa Senhora de Nazaré, antes exibida no mosaico, voltou a se abrir como um manto sagrado, agora sustentado pelas mãos trêmulas de alegria dos torcedores. Era fé que se derramava em forma de festa.

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No Mangueirão, nesta tarde/noite, o acesso virou romaria. Não era apenas o Remo que voltava à elite; era uma cidade inteira que reencontrava um pedaço de si mesma depois de 31 anos. Em cada canto, em cada bandeira estendida, em cada lágrima escorrida havia um sentimento coletivo de reparação, pertencimento e devoção. O futebol, mais uma vez, deixou de ser jogo e virou cultura viva - viva como Belém, viva como o Círio, viva como o Leão Azul em sua jornada sagrada.
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