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EMPREGO

Procura-se profissionais qualificados para a indústria

Demanda de trabalho para o setor só cresce, principalmente no interior do Estado, com boas perspectivas de contratação para os próximos anos. E quem se prepara sai na frente na corrida por uma boa vaga

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Imagem ilustrativa da notícia Procura-se profissionais qualificados para a indústria camera Cursos técnicos qualificam trabalhadores para atuar diretamente no setor industrial | Irene Almeida / Diário do Pará

As recentes projeções realizadas pela indústria paraense apontam um cenário de boas oportunidades para a geração de empregos formais. De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, estudo desenvolvido pelo Observatório Nacional da Indústria, o Pará precisará de mais de 162 mil pessoas qualificadas em ocupações industriais até 2025, demanda que deverá aquecer o mercado de trabalho fora da capital paraense, onde está boa parte das vagas geradas pelo setor no estado.

Reflexo do processo de retomada da economia brasileira e do volume de investimentos executados tanto pela iniciativa privada, quanto pelos Governos Federal e Estadual, o Estado do Pará vivencia uma dinâmica de crescimento na geração de empregos formais em ambos os macros setores econômicos. Dados recentes divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA) apontam que, entre janeiro e agosto deste ano, foram gerados mais de 42.300 postos de trabalhos formais no Pará, volume que contou com uma participação importante do setor da indústria.

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“Estamos falando da Indústria paraense, que atualmente é terceiro setor no Estado que mais gera empregos formais. São 7.700 postos de trabalhos, quase 20% de todos os empregos gerados em solo paraense até agora”, revela o titular da Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), Inocencio Gasparim. “A Indústria paraense está aquecida, primeiro pela melhoria na logística, estrutura e demais ações geridas pelo Governo do Estado, que propiciam um melhor ambiente e segurança para o Setor e ressalto, ainda, a própria previsão da Indústria no Pará que apontam cerca de R$55 bilhões em investimentos até 2027. Recentemente o Setor da Mineração anunciou cerca de R$17 bilhões em investimentos, portanto, por todos estes dados, espera-se para nosso Estado mais desenvolvimento, emprego e renda”.

O secretário reforça que a maior parte das contratações tem se concentrado fora da capital e da Região Metropolitana de Belém. “Atualmente Canaã dos Carajás, Parauapebas e Marabá são respectivamente 2º, 3º e 4º municípios que mais geraram postos de trabalhos até aqui, mais de 70% [dos municípios] no Pará estão com saldos positivos de empregos formais”, apresenta Inocencio Gasparim.

As perspectivas de colocação profissional se ampliam para quem tem interesse em atuar em uma das ocupações demandadas pela indústria paraense. Membro da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-PA), Sandra Freitas considera que, no atual cenário, o estado do Pará é um ‘mar de oportunidades’ para quem está em busca de um emprego. “A indústria local é muito ativa e tem muitas oportunidades para quem quer se desenvolver e crescer”.

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Sandra avalia que as oportunidades estão em toda a indústria da região, que tem maior procura pelas formações técnicas/especializadas. Mas é preciso considerar em que localidades está o maior volume de vagas. “As vagas estão concentradas em sua maior parte nas operações, que estão fora das capitais, e é onde os negócios mais crescem em termos de tamanho. É claro que os escritórios corporativos têm seu crescimento, porém em uma escala menor”.

Com mais de 115 anos de história, a Hydro é um bom exemplo de como a indústria vem contribuindo com uma considerável parcela das oportunidades geradas no Pará. Hoje, a empresa conta com cerca de 31 mil empregados e empregadas em 40 países, incluindo o Brasil e, no âmbito regional, o estado do Pará. A Consultora Sênior de Recursos Humanos da Hydro, Adriana Lobo, destaca que a empresa está presente em toda a cadeia de valor do alumínio, desde a energia até a mineração de bauxita e refino de alumina, alumínio primário, extrusões e reciclagem. “No Brasil, atuamos desde 1970, e, atualmente, contamos com 10 unidades no país, entre plantas e escritórios. Com isso, geramos mais de 15 mil empregos diretos e indiretos”, pontua. “Apoiar o desenvolvimento local é um compromisso da empresa. Por isso, nossos esforços são voltados para gerar, cada vez mais, oportunidades nas regiões onde atuamos”.

Adriana Lobo
📷 Adriana Lobo |Divulgação

Adriana destaca que, do total de funcionários, aproximadamente 80% é natural do Pará, sendo que grande parte dessas vagas estão localizadas nas unidades em Barcarena e Paragominas, onde estão as plantas da empresa integrada de alumínio e energia. Somente neste ano, a Hydro contratou cerca de 730 profissionais no Pará. “A Hydro abre oportunidades, frequentemente, para vários perfis. Temos vagas que vão desde os profissionais jovens, que ainda procuram seu primeiro emprego, até especialistas com ampla experiência. A companhia investe no desenvolvimento de novos talentos e conta com três programas: Talento Infinito (voltado para os estagiários e estagiárias), Jovem Talento (aprendizes) e Viva o Seu Talento (trainees)”.

Justamente por se tratar de uma indústria, grande parte das oportunidades criadas pela Hydro está direcionada para as áreas técnicas e, diante disso, a empresa busca atuar em parceria com instituições de ensino voltadas para treinamentos técnicos de moradores dos municípios onde atua. O objetivo é conseguir ampliar o leque de profissionais capacitados para atuar na empresa, estimular a geração de empregos e fortalecer a contratação de mão de obra local. “Recentemente, a Hydro promoveu o Programa Operacional, projeto em parceria com a Rede Todos pelo Trabalho, que ofereceu cursos profissionalizantes do Senai na área industrial e certificou 84 mulheres nas áreas de Mecânica, Eletricista Industrial e Operação de Processos Químicos, em Barcarena”, destaca Adriana Lobo. “Das participantes, 25 delas já estão trabalhando nas companhias. Outra edição já está em andamento em Paragominas, com 25 vagas para o curso de Eletricista de Manutenção Industrial e outras 25 vagas para o curso de Mecânico de Manutenção Industrial. Essa capacitação está em linha com a política de diversidade e equidade de gênero, prioridade para a companhia”.

Outra preocupação é a inserção das pautas ESG em sua estratégia de atuação. “A companhia acredita que a Sustentabilidade precisa efetivamente fazer parte do propósito e dos valores da companhia. Também é crescente a demanda por profissionais ligados às áreas de Sustentabilidade e Meio Ambiente”, aponta. “O profissional que tem interesse em trabalhar na Hydro precisa estar alinhado aos nossos valores. Por isso, além da competência técnica, observamos com muita atenção características e habilidades comportamentais. Esperamos que as pessoas sejam colaborativas, proativas, que tenham coragem para assumir o protagonismo em suas ações, saibam trabalhar em equipe e tenham empatia com seus colegas de trabalho”.

Outras características fundamentais apontadas são o respeito à diversidade e o compromisso com a sustentabilidade. “O profissional deve estar aberto a crescer e se aprimorar, pois a Hydro também investe em formações e treinamentos para que seus empregados desenvolvam ainda mais suas habilidades técnicas”.

João Paulo Almeida
📷 João Paulo Almeida |Irene Almeida / Diário do Pará

Cenário aponta boas perspectivas de trabalho em setores como a mineração

Para quem já está em preparação para atuar na área da indústria, o cenário sinaliza uma perspectiva de boas oportunidades. O coordenador do curso técnico em Mineração do Instituto Federal do Pará (IFPA), João Paulo Almeida, destaca que o curso possibilita um variado leque de atuação profissional. “A gente tem um mercado bem diversificado e o técnico em mineração tem uma gama de atuação muito grande. Ele é um profissional que, apesar de ter uma formação de nível médio, ele interage dentro de três grandes áreas, a de geologia, de engenharia de minas e a de engenharia química”, destaca. “O técnico em mineração pode atuar na pesquisa mineral; pode trabalhar junto com a equipe de geologia, em mapeamentos, sondagem; pode trabalhar na mina, na lavra, com o engenheiro de minas, onde ele vai atuar na parte do processo de mineração, controle de qualidade; ou na área de engenharia de produção para otimizar o processo, então, eles têm uma ampla gama de opções”.

Yasmim quer aproveitar a oportunidade no setor da mineração
📷 Yasmim quer aproveitar a oportunidade no setor da mineração |Irene Almeida / Diário do Pará

Concluindo o terceiro ano do curso técnico em mineração integrado ao ensino médio, a estudante Yasmim Pereira, 18 anos, não descarta aproveitar uma dessas opções. “É um mundo muito diferente, mas a gente se acostuma. Recentemente, a gente teve visitas técnicas e pôde integrar a prática com a teoria, foi muito legal. Eu pretendo seguir na área, quero fazer o Enem para conseguir uma vaga no curso de Geologia e se aparecer uma oportunidade para atuar no interior do Estado, com certeza eu estarei disposta”.

A crescente oferta de oportunidades no setor da indústria vem sendo acompanhada não apenas por Yasmim, mas também por quem prepara a mão de obra para o setor. O Diretor Regional do SENAI Pará, Dário Lemos, destaca que a entidade já vem buscando identificar as principais necessidades para qualificar esses profissionais e fixá-los no estado do Pará. “Nós temos a obrigação de atender a indústria, de deixar as pessoas treinadas para que essa indústria possa lançar mão, a qualquer momento, dessas pessoas que já estão treinadas pelo Estado todo. Isso é uma ação do Senai muito forte e, com certeza, até o final de 2025 nós deveremos treinar mais de 200 mil pessoas no nosso estado”.

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