A laranja tem se destacado como um importante ator econômico no mercado paraense. O fruto tem o Pará como o sétimo maior produtor do Brasil nessa cultura. De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), a microrregião de Capitão Poço, situada no nordeste paraense, abrange 80% da área plantada, representando cerca de 16 mil hectares. Essa ascensão da laranja na economia paraense é abordada na edição de setembro da revista AgroPará, que ressalta o papel crucial desempenhado por esta cultura na região.
Valiosa por suas propriedades nutricionais, como em vitamina C e antioxidantes, a produção de laranja é capaz de suprir a demanda do território paraense e ainda fornecer para indústrias de estados como Sergipe, São Paulo, Maranhão, Piauí, Ceará, Amazonas e Amapá, tanto durante a safra quanto na entressafra, até encontrar o mercado internacional, sendo exportada, por exemplo, para a Europa.
Para valorizar ainda mais essa cultura, a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Pesca (Sedap) destaca um projeto de investimento do Governo do Pará de mais de R$ 2 milhões, cujo objetivo é impulsionar iniciativas na agricultura familiar. Esse montante visa beneficiar mais de 100 famílias, com uma estimativa de produção significativa, cerca de 200 mil mudas de laranja por ano.
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Alinhado a esse investimento, o gerente de fruticultura da Sedap, Geraldo Tavares, chama atenção para o projeto "Inovação Tecnológica da Citricultura", uma iniciativa voltada para capacitar especialistas na criação de mudas cítricas em ambientes protegidos. Esse método de cultivo ocorre sob telas e proteção plástica, mantendo as mudas fora do solo, como é requerido pela legislação vigente.
“Uma das características que chamam atenção do nosso território é pelo fato de que somos livres de doenças que são determinantes em outras regiões, como é o caso do sul e sudeste. Então nós não sofremos de enfermidades que atacam essa cultura. O Pará serve como uma zona de escape para que empresas de outras regiões do país, venham se alocar por aqui”, afirma Geraldo.
CLIMA
Como bem lembrou o gerente da Sedap, o Pará tem crescido neste segmento e uma das justificativas está nas condições edafoclimáticas adequadas para a produção deste produto. Além disso, a inexistência de pragas e doenças, como Greening, a Pinta Preta e o Cancro Cítrico, registradas em outros estados, contribui para uma produção mais eficaz.
O Pará possui dois pólos citrícolas livres de Cancro Cítrico, como a já mencionada microrregião de Capitão Poço, abrangendo municípios como Garrafão do Norte, Irituia, Nova Esperança do Piriá e Ourém. Além disso, a região de Monte Alegre, que inclui municípios como Alenquer, Belterra, Mojuí dos Campos, Prainha e Santarém, também desfruta dessa vantagem.
Essa doença nada mais é do que uma praga que afeta todas as variedades de citros e é considerada umas das mais graves ameaças dessa cultura. Dada a sua natureza quarentenária, o comércio internacional de frutos cítricos é regulamentado, e a ausência de medidas de erradicação impede o acesso a mercados livres dessa patologia.
Portanto, a ausência dessas doenças no Pará incentiva investimentos na área, considerando que o controle delas é dispendioso. “São Paulo, por exemplo, já teve que erradicar seis milhões de pés de laranja para controlar esse tipo de doença, e mesmo assim não conseguiu. E nós temos a capacidade de produzir oito mil toneladas do produto por mês, tranquilamente”, disse.
NÚMEROS DA
PRODUÇÃO
DE CITRUS NO PARÁ
(Referência de 2021)
Laranja – 387.570 toneladas
Limão – 159.588 toneladas
Tangerina- 17. 800 toneladas
Fonte: Sedap
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