
A agropecuária foi responsável por um acréscimo de 10.808 postos de trabalho formais no Brasil apenas no ano de 2024, um desempenho que representa o oitavo ano consecutivo de saldo líquido positivo de empregos gerados pelo setor. O cenário, evidenciado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a partir de dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, chama a atenção especialmente de quem se prepara para atuar no setor agropecuário em 2025, quando algumas carreiras estarão em alta.
De acordo com o Guia Salarial 2025 da Michael Page, unidade de negócio da companhia de recrutamento PageGroup, ainda que o agronegócio brasileiro tenha enfrentado desafios no subsetor de sementes, especialmente nas cadeias de milho e soja, inclusive levando à necessidade de reestruturações organizacionais em algumas empresas do setor, outras commodities continuam aquecidas e devem demandar profissionais qualificados neste ano. De acordo com o levantamento, o setor de proteína animal segue aquecido, especialmente devido à demanda crescente na Ásia e no Oriente Médio, além “do aumento do poder de compra nessas regiões, combinado com a taxa de câmbio favorável, consolida o Brasil como um dos maiores exportadores mundiais, reafirmando sua posição de liderança global.”
Outro setor em evidência, segundo o estudo, é o da inovação, “com pequenos negócios de pesquisa e startups de desenvolvimento de produtos ganhando cada vez mais visibilidade e atraindo investimentos”. Nesse sentido, a tecnologia aplicada ao campo, a partir da utilização de drones, aplicativos e outras soluções de pulverização e insumos agrícolas, segue em expansão no país e, naturalmente, demanda profissionais com capacitação técnica na área. Em paralelo, as demandas da pauta ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) também têm impactado a busca por profissionais ligados à área. “Essa profissionalização abre novas oportunidades de contratação para executivos da alta liderança e membros de conselhos consultivos, além de promover a reestruturação interna nas áreas de finanças e recursos humanos, fortalecendo ainda mais a gestão dessas organizações”, analisa a publicação.
Conteúdos relacionados:
O diretor-executivo da Michael Page, Stephano Dedini, lembra que apesar dos desafios, o agro brasileiro continua contratando e a expectativa é de que o cenário melhore consideravelmente no segundo semestre do ano. “Alguns setores como, por exemplo, açúcar e álcool, café, agricultura de precisão, seguiram firmes nos últimos dois anos e devem seguir firmes para esse ano também”.
Nesse sentido, para que os profissionais possam aproveitar as oportunidades no setor do agronegócio brasileiro, é importante considerar algumas habilidades que são esperadas pelo mercado, atualmente. “É importante falar dos perfis que são os daquelas pessoas que têm uma orientação para dados, que conseguem unir tecnologia com o campo e que mantêm a capacidade de entendimento da necessidade do produtor rural e de como atendê-lo”, considera. “Essa capacidade de entendimento do todo, de entendimento do que é a necessidade do produtor rural lá na ponta, o entendimento de que maquinários e quais são as tecnologias que estão transitando no setor, o entendimento de como são as linhas de crédito para conseguir financiar esse tipo de negócio, o entendimento de estruturas de governança corporativa para profissionalizar empresas nacionais. Esse tipo de habilidade tem sido bastante requerida”.
Quer saber mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no Whatsapp
Mais do que um olhar de execução, o que se espera desses profissionais que buscam uma colocação no agro é também um olhar estratégico para o negócio. Nesse contexto, Stephano Dedini considera que há espaço no mercado especialmente para as áreas de vendas consultivas, para engenheiros com um foco em agricultura de precisão e para as estruturas de finanças que acabam sendo um motor para captação de crédito. “Eu vejo um movimento principalmente de C-Level, que são os cargos de diretoria ou gerência sênior, mais aquecido. Não em volume de posições, mas do ponto de vista de movimento no mercado está sendo mais importante”.

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar