A doença de Parkinson se manifesta, principalmente, com tremores e rigidez muscular. Atualmente a doença afeta até seis milhões de pessoas no mundo. Pessoas acima dos 85 anos de idade são as mais cometidas pela enfermidade. A boa notícia, é que a tecnologia vem avançando e novos tratamentos podem minimizar os efeitos do Parkinson.
Em entrevista, Cláudio Corrêa, neurocirurgião e coordenador do Centro da Dor e Neurocirurgia explicou que o implante de eletrodos no cérebro, já utilizado em grandes centros de excelência com bons resultados, recebeu atualizações e novas tecnologias, como baterias com durabilidade de até nove anos e eletrodos compatíveis com ressonância magnética. Com mais tempo sem necessidade de manutenção, evita-se que o paciente exponha-se a procedimentos cirúrgicos frequentes para ajustes no equipamento.
"A cirurgia é bastante simples e, em apenas dois dias, o paciente tem alta. Um ponto importante é que a melhora dos sintomas pode ser sentida muito rapidamente", afirma o especialista. O médico lembra que há um ganho importante para a qualidade de vida do paciente que tem indicação para o tratamento com eletrodos.
O procedimento que controla os movimentos involuntários chama-se Neuroestimulação Profunda do Encéfalo, em que os eletrodos são posicionados no cérebro estrategicamente, de acordo com o quadro clínico do paciente. Eles funcionam ligados em uma bateria que é colocada na mesma região que um marca-passo para o coração.
Tratamento
O médico destaca ainda que, esse tratamento já é conhecido, a tecnologia evoluiu e hoje tem mais autonomia pela durabilidade da bateria e possibilidade de ser recarregada em casa. "Com isso, além de diminuirmos a quantidade de medicamentos, os pacientes voltam a fazer atividades mais básicas do dia a dia, como abotoar a camisa ou alimentar-se sem a ajuda de outras pessoas", afirma.
O tratamento cirúrgico é indicado para pacientes que já não respondem satisfatoriamente à medicação e ainda não estão com os movimentos muito comprometidos. É um procedimento que pode ser realizado com anestesia local e com baixo índice de complicação. No pós-operatório, depois de alguns dias, o neurologista acompanha o paciente ambulatorialmente, programando o eletrodo implantado e ajustando o tratamento com medicamentos, quando for o caso.
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