A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou na manhã desta terça-feira (14) que pesquisa a vacina contra covid-19 está há semanas esperando uma encomenda chegar dos Estados Unidos para dar início aos testes de eficácia da imunização.

A fundação fez o pedido em abril de três casais de camundongos transgênicos, um dos poucos no mundo capazes de serem infectados pelo vírus que causa a covid-19. Além da demanda do Brasil, o Jackson Laboratory tem uma fila de pedidos de cientistas do mundo inteiro.

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Camundongos de laboratório comuns não são suscetíveis ao vírus que causa a doença. Ou seja, mesmo em contato direto com o agente patogênico, a probabilidade de ficarem doentes é muito pequena.

O k18-hACE2, como foi batizado o modelo vendido pela instituição, foi geneticamente modificado justamente para ser infectado pelo Sars-Cov-2 e, por isso, é uma peça fundamental nas pesquisas envolvendo o novo coronavírus.

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O coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas (INCTV) e coordenador da equipe da Fiocruz Minas, Ricardo Gazzinelli, informou que  a demanda é concentrada porque o laboratório é possivelmente o único a produzir em escala "comercial" esses camundongos geneticamente modificados.

Vacinas brasileiras

A iniciativa da Fiocruz  é voltada para o desenvolvimento de uma vacina com o vírus da influenza atenuado que funcionaria, assim, tanto para a imunização contra a influenza quanto contra a covid.

A ideia é que ela seja administrada por via nasal, local em que há grande concentração dos receptores usados pelo novo coronavírus. A substância então entraria nas células e induziria a produção de anticorpos contra o Sars-Cov-2.

Cientistas da Fiocruz estão na ‘fila’ para adquirir animais de laboratório geneticamente modificados, que podem ser infectados pelo novo coronavírus Foto: Reprodução

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