O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, do site Terça Livre, parece ter rompido suas relações com o presidente Jair Bolsonaro e insultou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Allan desabafou no Twitter que não quer mais contato com o presidente. 

Quando um PSOL da vida força o STF é uma coisa. Quando um MINISTRO DO PRESIDENTE @jairbolsonaro facilita o ABORTO é INADMISSÍVEL. Mandei para o WhatsApp pessoal do presidente: NUNCA MAIS ME LIGUE.

— Allan Dos Santos 🇧🇷🇺🇸 (@allanldsantos) September 24, 2020

“Quando um PSOL da vida força o STF é uma coisa. Quando um MINISTRO DO PRESIDENTE @jairbolsonaro facilita o ABORTO é INADMISSÍVEL. Mandei para o WhatsApp pessoal do presidente: NUNCA MAIS ME LIGUE”, escreveu ele na rede social.

Em outro tuite, Allan ataca Pazuello e o chama de “traidor e canalha”.

TRAIDOR E CANALHA! Você menosprezava o presidente e só o apoiou por causa do Mourão, @eduardopazuello. CANALHA!

— Allan Dos Santos 🇧🇷🇺🇸 (@allanldsantos) September 24, 2020

“TRAIDOR E CANALHA! Você menosprezava o presidente e só o apoiou por causa do Mourão, @eduardopazuello. CANALHA! ”, escreveu.

O blogueiro ainda tentou marcar o perfil do ministro da Saúde (@eduardopazuello), mas acontece que se trata de um perfil não oficial do general. Em maio, a pasta afirmou que Pazuello não possui conta na rede social. O perfil marcado por Allan foi criado em abril, antes da declaração do ministério.

REVOLTA

O motivo de Allan dos Santos ter se revoltado foi a alteração feita pelo Ministério da Saúde na portaria que regulamenta o aborto em caso de estupro.

A mudança tirou a obrigatoriedade de médicos notificarem a polícia quando atendessem vítimas de violência sexual que poderiam abortar legalmente.

A alteração veio após críticas de especialistas e pressão dos parlamentares, que ameaçaram derrubar a portaria no Congresso. Eduardo Pazuello se reuniu com um grupo de senadores que o cobraram sobre o assunto, na semana passada.

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Na nova redação, publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (24), a portaria prevê que os médicos comuniquem às autoridades policiais, mas sem a palavra “obrigatória”, que constava na primeira versão. A recomendação é em “casos em que houver indícios ou confirmação do crime de estupro”.

Outra mudança foi trecho que dizia que os profissionais de saúde deveriam “informar acerca da possibilidade de visualização do feto ou embrião por meio de ultrassonografia, caso a gestante deseje, e essa deverá proferir expressamente sua concordância, de forma documentada”. Este trecho foi totalmente suprimido na nova versão.

Allan Santos é um dos investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news e em outro processo que apura a organização de atos contra o Congresso Nacional e o STF.

Foto: Reprodução

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