
Pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) publicaram essa semana no periódico “Historical Biology”, o primeiro registro de câncer diagnosticado em um mamífero extinto não humano do período geológico Quaternário, durante a época conhecida popularmente como Era do Gelo, de cerca de 10 mil anos.
De acordo com os cientistas, o fóssil com o câncer no fêmur direito é de um exemplar de preguiça da espécie Nothrotherium maquinense, de 1,5 metro de comprimento. Ele foi descoberto na Lapa dos Peixes I, caverna localizada na Serra do Ramalho, na Bahia.

O Museu de Ciências da Terra do Serviço Geológico do Brasil, informou a imprensa que o exemplar foi encontrado em 2014, durante projeto desenvolvido pelo órgão para mapear e estudar cavernas na Bahia, tendo como meta entender a circulação da água e como a hidrologia funciona ali. No entanto, os pesquisadores acabaram achando mais de 500 fósseis de animais na região.
“Esse exemplar estava quase inteiro. A gente percebeu que havia uma protuberância óssea no fêmur que não devia estar ali, porque a gente conhece a anatomia dos animais. Ainda na caverna, imaginei que aquilo podia ser uma patologia, até um tipo de tumor. Não é uma coisa muito comum”, disse o paleontólogo Rafael Costa da Silva, do Museu.

Foram feitas tomografias do osso e lâminas microscópicas para se chegar a esse diagnóstico. “Realmente, o padrão de crescimento das células indica que é um tipo de câncer ósseo. E acontece que é o primeiro caso de um câncer ósseo descoberto em um mamífero no Brasil, em um animal dessa idade”, salientou o paleontólogo. “É o primeiro caso em fóssil no mundo”, emendou.
O especialista ainda acrescentou que, em espécies humanas (hominídeos), há casos de câncer descobertos e mais bem estudados, “porque são humanos”, mas nunca antes em fóssil mamífero não humano.
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As peças estão na coleção de paleontologia do Museu de Ciências da Terra (MCTer), do Serviço Geológico do Brasil, no Rio de Janeiro. No momento, o museu está fechado para obras. Porém, está nos planos para 2021 a realização de exposição virtual que leve até a sociedade imagens do fóssil e do acervo do equipamento.
Em razão da pandemia do novo coronavírus, as exposições itinerantes foram suspensas. A expectativa é que o museu seja reaberto dentro de dois anos.
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