Samuel Klein, fundador e ex-proprietário da Casas Bahia, usava o caixa das lojas de unidades das Casas Bahia para pagar “garotas de programa”. É o que revela, pelo menos, seis condenações judiciais a pagamentos de danos morais a funcionários.
As informações são do portal UOL, que teve acesso aos documentos em questão.
Em todos os casos, a mesma narrativa: jovens garotas, às vezes de 16 anos, cuja decisão judicial apontou como “garotas de programa”, compareciam a diferentes lojas das Casas Bahia e, autorizadas por Samuel, furavam filas de clientes e pegavam dinheiro dos caixas das unidades. Os pagamentos variavam entre R$ 10 mil e R$ 150 mil.
De acordo com as decisões judiciais, havia uso irrestrito da estrutura e remuneração das Casas Bahia para o pagamento das jovens garotas que viajavam até São Paulo para passar dias com Samuel Klein. Depois da viagem, iam às lojas para retirar dinheiro ou pegar mercadorias.
Segundo o empresário de Samuel Klein, que morreu em 2014, os fatos são "altamente atentatórios à memória de um empresário venerado em todo o país, principalmente, por atos de inigualável solidariedade humana, com predominância aos menos favorecidos". “"É lamentável que, na busca de fatos midiáticos, se permita tentar macular uma enraizada e inabalável imagem”, disse.
A atual gestão da Casas Bahia informou, em nota, que não comentará sobre o caso. “Desde 2010, a holding Via Varejo é responsável pela gestão da Casas Bahia, período em que rede varejista deixou de ser uma empresa familiar. Portanto, a Via Varejo não comentará sobre a gestão anterior. Reiteramos ainda que o Sr. Saul Klein nunca possuiu qualquer vínculo ou relacionamento com a companhia", diz a Casas Bahia.
O filho de Samuel, Saul Klein, também é alvo de processos do mesmo tipo, com enredo semelhante às denúncias contra o pai. A Folha de São Paulo revelou, na semana passada, que 14 mulheres denunciaram o filho do fundador da Casas Bahia ao Ministério Público por estupro e aliciamento.
Os relatos dizem que, desde 2008, havia festas e eventos que duravam dias e reuniam dezenas de garotas na casa de Klein, em Alphaville, palco dos abusos.
A defesa de Saul alega que ele contratava uma empresa para agenciar mulheres para suas festas e está sendo “vítima de um elaborado esquema de extorsão depois de cessar a contratação dela”. O empresário está com o passaporte retido e impedido de contatar as 14 denunciantes.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar