Principal defensor do uso da cloroquina contra a covid-19, o presidente Jair Bolsonaro apagou fotos emblemáticas de suas redes sociais, em que faz propaganda explícita do remédio. A medida foi rapidamente percebida por seguidores, que passaram a questionar o presidente.

A exclusão das fotos coincide com o início da vacinação no Brasil, com produção do Instituto Buntantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. As autoridades de saúde e a comunidade científica já afirmaram, há meses, que o medicamento defendido pelo governo do Brasil não tem qualquer tipo de eficácia contra o vírus.

O Ministério da Saúde brasileiro, inclusive, já chegou a recomendar oficialmente o uso da cloroquina como “tratamento precoce” contra a doença. O governo também enviou o remédio para o Amazonas, dias antes do colapso da saúde no estado nortista. O ministro da Saúde, Ricardo Pazuello, negou, mesmo com todas as evidências, que tenha defendido o uso do remédio.

Reconhecido mundialmente pela defesa da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, até mesmo o médico francês Didier Raoult admitiu, pela primeira vez, que o remédio não reduz a mortalidade da doença.

“As necessidades de oxigenoterapia, a transferência para UTI e o óbito não diferiram significativamente entre os pacientes que receberam hidroxicloroquina com ou sem azitromicina e os controles feitos apenas com tratamento padrão”, disse Raoult.

As informações foram publicadas no site do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia, da França, e divulgadas pelo jornal Le Figaro e IstoÉ.

MAIS ACESSADAS