O ministro Kássio Nunes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou contra a suspeição do ex-juiz Sergio Moro no julgamento que avalia se houve ou não a parcialidade nos processos que envolvem o ex-presidente Lula na Lava Jato. Com o voto de Nunes, o julgamento tem três votos contra a suspeição (de Nunes Marques e dos ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia) e dois a favor, de Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.
Em seu voto, Nunes criticou o fato de as supostas conversas de Moro e de integrantes da força-tarefa da Lava Jato serem utilizadas como base dos argumentos da defesa de Lula. "Se o hackeamento fosse tolerado para a obtenção de provas, ninguém estaria seguro de sua intimidade", declarou o magistrado.
As conversas foi obtida pela "Operação Spoofing", da Polícia Federal, que investigou a atuação de hackers. As supostas conversas entre Moro e os membros da Lava Jato começaram a ser divulgadas a partir do primeiro semestre de 2019 pelo site The Intercept e divulgada pela imprensa.
A ministra Cármen Lúcia, entretanto, pode apresentar um novo voto. Em sessão anterior do julgamento, no dia 9, a magistrada disse que teria uma nova manifestação. Se ela apresentar um novo voto, seu posicionamento decidirá a situação na segunda turma do STF, formando maioria para algum dos lados.
As ações contra Lula na Lava Jato se encontram suspensas desde o dia 8, quando o ministro Fachin determinou a paralisação dos processos, por entender que o juízo de Curitiba, onde atuava Moro, não era competente para julgar o caso.
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