O período de pandemia mostrou o quão frágil era a ideia de uma classe média no Brasil. O sonho do carro ou da casa própria ou daquela viagem para a Disney que permeou a vida de tantas pessoas em tempos não tão distantes parece ter se esvaziado.
Durante o período da covid-19 que assola o país e o mundo, 4,9 milhões de brasileiros da chamada classe média foram para a classe baixa. Os dados são de um estudo feito pelo Instituto Locomotiva, que realizou 1620 entrevistas em 72 municípios nos dias 21 e 22 de março.
Com 100,1 milhões de pessoas com renda familiar de R$ 2.971 a R$ 7.202,57, é a primeira vez em 10 anos que o grupo se iguala, em representatividade da população brasileira, aos que têm renda familiar de R$ 262,02 a R$ 2.238,20. Cada grupo corresponde a 47% da população do país.
De acordo com o levantamento, de 2010 para cá, a classe média diminuiu, passando de 54% para 47% dos brasileiros. Em comparação com o ano passado, o índice passou de 51% para 47%.
Já a classe baixa subiu de 38%, em 2010, para 43% em 2020, chegando aos atuais 47%.
O estudo mostra também o impacto deste último ano na vida financeira dos brasileiros da classe média. Seis de cada 10 brasileiros desta classe socioeconômica viram a renda diminuir no último ano. Destes, 19% atualmente sobrevivem com metade ou menos da metade do que arrecadavam com a crise sanitária. Para 18% dos entrevistados, a renda segue igual, e para 11% aumentou.
Os dados também mostram que 71% dos brasileiros adultos da classe média estão com pelo menos uma conta em atraso, ou seja, 54.393.000 de consumidores. A média é de 4,6 contas não pagas.
Entre os entrevistados, 35% afirmou ter aberto mão do serviço de babá ou doméstica; 23% cancelaram plano de saúde; e 18% transferiu o filho para a escola pública.
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