Por conta da pandemia causada pela Covid-19, hospitais e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) tem se tornado lugares propícios para a propagação da Candida auris, um superfungo que tem preocupada cientistas brasileiros.
A maior preocupação tem sido a resistência que o fungo adquire rapidamente aos principais medicamentos usados, como fluconazol e às equinocandinas.
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“Já foram identificados outros nove casos em um Hospital da Bahia, entre colonizados [quando o fungo está no organismo sem causar danos] e infectados. Embora ainda não exista registro desse agente em outros centros no país, há motivos para preocupação: estamos monitorando as características evolutivas de pacientes internados naquele hospital baiano e notamos que já há amostras exibindo menor sensibilidade aos fármacos usados no tratamento de candidíase invasiva”, revela Arnaldo Colombo, que coordena o laboratório especial de micologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
O fungo geralmente parece quando existe um desequilíbrio na flora intestinal, causando o surgimento de infecções superficiais na mucosa da vagina (candidíase) ou da boca (sapinho). Mas nesses novos casos, o fungo invade a corrente sanguínea e desencadeia um quadro de infecção sistêmica – conhecido como candidemia – semelhante ao da sepse bacteriana. A invasão da corrente sanguínea e a resposta exagerada do sistema imune ao patógeno podem causar lesões em diversos órgãos e até mesmo levar à morte.
Diversos fatores tornam os pacientes infectados pela Covid-19 alvos ideais, entre eles a internação prolongada, o uso de sondas vesicais e cateteres para acesso venoso central (uma porta de entrada para a corrente sanguínea), corticoides (que suprimem a resposta imune) e antibióticos (que desequilibram a microbiota intestinal).
O pesquisador alerta para a necessidade de intensificar as ações para controle de infecção hospitalar em todo o país, bem como de promover o uso racional de medicamentos antimicrobianos em unidades de terapia intensiva.
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