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Jovem acusado de roubo seria receptador no Rio de Janeiro

A polícia teria descoberto, segundo informações repassadas à Folha de S.Paulo, que a bicicleta em poder do jovem havia sido furtada em fevereiro, em Ipanema. O veículo foi apreendido.

Imagem ilustrativa da notícia Jovem acusado de roubo seria receptador no Rio de Janeiro camera Em depoimento, ainda segundo a Folha, o instrutor de surfe disse que comprou a bicicleta em um site de classificados on-line, mas não possuía nota fiscal. | Reprodução

O jovem Matheus Ribeiro, negro, de 22 anos, ficou bastante conhecido na última semana após um episódio onde foi acusado injustamente de furto de uma bicicleta da qual era o dono. O caso aconteceu no Rio de Janeiro e após investigações a polícia conseguiu prender o verdadeiro criminoso, um homem branco.

Acusado falsamente de roubo de bicicleta em caso que ganhou repercussão esta semana, o instrutor de surfe Matheus Ribeiro, 22, passou a ser investigado pela polícia do Rio de Janeiro por receptação, após constatação de que ele comprou uma bicicleta furtada.

No dia 12 de junho, Ribeiro, que é negro, foi acusado por um casal branco de roubar uma bicicleta, em caso que culminou com uma denúncia de racismo. Segundo a polícia, o crime foi cometido por Igor Martins Pinheiro, 22, que foi denunciado pelo Ministério Público neste sábado (19).

Em meio às apurações da denúncia de racismo, a Polícia Civil identificou que a bicicleta usada por Ribeiro era furtada, com base na comparação entre as chaves originais e a cópia usada pelo instrutor de surfe, "visivelmente adulterada de uma moto Honda."

"A bicicleta elétrica utilizada por Matheus Ribeiro foi apreendida por ser produto de furto e será devolvida ao seu legítimo proprietário", disse, em nota, a polícia. Em depoimento, o instrutor de surfe disse que comprou a bicicleta em um site de classificados online, mas não possuía nota fiscal.

Casal que acusou jovem negro de roubo perde empregos

"Posteriormente, Matheus apresentou na delegacia um comprovante em nome da namorada no valor de R$ 3.600, preço bastante inferior ao de mercado", continua a Polícia Civil. A pessoa que vendeu a bicicleta já foi identificada e também será investigada por receptação de produto roubado.

Ainda segundo a polícia, o vendedor, cujo nome não foi divulgado, disse que vendeu a bicicleta por valor abaixo do preço por não possuir a nota fiscal do veículo. A polícia descobriu que a bicicleta havia sido roubada em fevereiro, em Ipanema, na zona sul do Rio, e procura o autor do crime.

"Pelo fato do casal ter afirmado no caso inicial de se tratar de bicicletas idênticas, assim como as trancas, foi realizada perícia a fim de comparar os veículos e constatar a tipificação do crime: calúnia, racismo, ou qualquer outro", disse a Polícia Civil.

Quando foi acusado de roubo, no dia 12 de junho, Ribeiro esperava a namorada em frente a um shopping do Leblon, na zona sul. Ele foi abordado pela professora de dança Mariana Spinelli e pelo designer Tomás Oliveira com acusações sobre o roubo da bicicleta em que estava.

Ele afirma ter tentado provar que a bicicleta era sua, com fotos antigas e a chave do cadeado. O casal só recuou depois de não ter conseguido abrir o cadeado da bicicleta com a chave que tinha. Tomás então pede desculpas diversas vezes e alega que “não estava acusando, só estava perguntando”.

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“São coisas que encabulam o racista. Eles não conseguem entender como você está ali sem ter roubado dele, não importa o quanto você prove", escreveu Ribeiro, que denunciou o casal por racismo. “Ela não tem ideia de quem levou sua bicicleta, mas a primeira coisa que vem à sua cabeça é que algum neguinho levou."

Igor, acusado pelo roubo da bicicleta de Mariana, é branco. Ele possui 28 anotações criminais, sendo 14 por furtos a bicicletas e, quando foi preso, carregava na mochila um alicate de pressão, instrumento usado para cortar correntes.

Filmagem de câmera de segurança analisada pela polícia mostra Igor parado na esquina, disfarçando e olhando em volta antes de arrombar o cadeado, subir na bicicleta e sair pedalando entre os carros, em ação que dura pouco mais de um minuto.

Ainda na quinta, o Ministério Público do Rio de Janeiro apresentou denúncia contra ele por furto, crime sujeito a pena inicial de dois a oito anos de reclusão e multa.

Mariana e Tomás foram demitidos de seus empregos após a repercussão do caso e até o momento não se manifestaram publicamente. Ela trabalhava no estúdio de dança Espaço Vibre e ele era designer na papelaria Papel Craft.

A Folha tentou contato com Matheus Ribeiro, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

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