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MEIO AMBIENTE

Desmatamento na amazônia cresceu 74% no governo Bolsonaro

Os dados são preocupantes porque o Brasil vinha em uma longa sequência na década de reduções de queimadas e área desmatada, que voltaram a crescer sob o atual governo.

Imagem ilustrativa da notícia Desmatamento na amazônia cresceu 74% no governo Bolsonaro camera Uma das áreas desmatadas na Amazônia. | Victor Moriyama/Amazônia em Chamas

Dados do Deter (sistema expedito de alerta de desmatamento) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), levantados pelo Greenpeace, apontam um crescimento em 74% na área que já foi desmatada na Amazônia, apenas nos mil primeiros dias do governo em relação ao mesmo período anterior à posse de Jair Bolsonaro na presidência.

Nesse período, o desmatamento na Amazônia Legal já consumiu uma área de 24,1 mil km², o que corresponde a 3,3 milhões campos de futebol oficiais —ou 3.300 por dia. Nos mil dias anteriores, esse desmatamento foi pouco mais da metade do registrado sob Bolsonaro: 13,8 mil km².

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Os dados são preocupantes porque o Brasil vinha em uma longa sequência na década de reduções de queimadas e área desmatada, que voltaram a crescer sob o atual governo.

Outros dados referentes aos mil dias de governo Bolsonaro também chamam a atenção: em 2019, houve um aumento de 30,5% dos focos de queimada em relação ao ano de 2018. Já 2020 apresentou um novo aumento: de 15,7% em relação ao ano anterior.

A política ambiental de Bolsonaro se tornou assunto mundial em 2019, quando a Amazônia registrou uma alta no número de incêndios florestais, que veio após a redução de todo o aparato de fiscalização e prevenção do fogo.

"Isso demonstra que, desde o início, o projeto ambiental desse governo está dando certo: destruir todos os mecanismos legais e infralegais na nossa rede de proteção", afirmou Rômulo Batista, da campanha Amazônia do Greenpeace, em entrevista ao site UOL.

Recentemente, o Greenpeace integrou uma caravana que sobrevoou cidades do Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso para analisar a destruição causada pelo fogo e pelo desmatamento da Amazônia. A visita rendeu uma série de imagens chocantes.

Visão retrógrada

Segundo Batista, a visão do atual governo é baseada em um pensamento obsoleto de que a produção precisa avançar sobre a floresta. "O governo Bolsonaro e a parte mais retrógrada do agronegócio têm um pensamento do que é mais atrasado para o meio ambiente", diz.

"Enquanto os países estão discutindo como sair da crise da covid com tecnologia verde, preservação, esse governo segue com pensamento de 50, 60 anos atrás, de que é necessário desmatar, invadir terras indígenas e unidades de conservação para garantir um estoque de terra barata para esse setor mais retrógrado do agronegócio", completa.

Outro ponto citado por Batista é que, ao longo do tempo, órgãos cruciais para o combate ao desmatamento foram sendo desmantelados. Foi o caso de ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que tiveram inclusive, seu poder de multar infratores.

"Estes órgãos tiveram cortes orçamentários. O governo criou até uma câmara de conciliação para pessoas que foram multadas por crimes ambientais. Ou seja, o próprio governo criou um mecanismo para ajudar aqueles que cometeram crimes. Isso virou uma trava para punir aqueles que estão fazendo ilegalidades", diz.

"Tudo isso constrói um cenário perfeito para quem quer desmatar. Ele pode fazer o que quiser com a certeza da impunidade." Rômulo Batista, do Greenpeace

Em maio, Bolsonaro afirmou que a queda no número de multas aconteceu porque o seu governo preferia "aconselhar" que punir os infratores.

Nem mesmo com a queda de Ricardo Salles (que é investigado por facilitar a vida de madeireiros na Amazônia) em junho, o cenário mudou. Com a saída de Salles, assumiu Joaquim Álvaro Pereira Leite, que era da Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais.

"O atual ministro não mostrou nada a que veio. Claro que ainda é [uma posse] recente, mas a gente não viu efetivamente nada para desfazer a 'boiada' que o Salles abriu a porteira para passar", afirma.

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