Após a última polêmica envolvendo as forças armadas, que na ocasião, o Ministério da Defesa gastou recursos destinados ao enfrentamento da Covid-19 para a compra de filé mignon e picanha. Fato constatado após uma auditoria realizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Segundo informações do levantamento sigiloso feito pela Selog (Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas) obtido pela Folha, foram usados R$ 535 mil em itens considerados de luxo.
A mais nova polêmica envolvendo servidores das forças armadas inclui um comandante da Marinha usando um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para fins pessoais.
O comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, usou um avião da FAB para passar o Natal no Rio de Janeiro, cidade de onde é natural. O comandante não informou ter cumprido nenhum compromisso oficial no período, o que contraria as regras para o uso de aviões da FAB por autoridades.
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Garnier e mais cinco pessoas, cujos nomes são mantidos em sigilo, saíram de Brasília às 13h10 do dia 24 de dezembro, uma sexta-feira, véspera de Natal, em um avião da FAB. Quatro dias depois, um voo da FAB com o comandante e os cinco acompanhantes partiu do Rio de Janeiro às 16h10 do dia 28 de dezembro, uma terça-feira.
De acordo com a FAB, a viagem foi a serviço, o que não foi comprovado pela Marinha. O decreto que regulamenta o uso desses aviões mantidos com dinheiro público, assinado por Jair Bolsonaro no início de 2020, aponta que no caso de viagens a serviço é necessário registrar em agenda oficial o compromisso público da autoridade. O que não aconteceu.
A agenda oficial de Garnier não mostra nenhum compromisso oficial no período em que o militar esteve no Rio de Janeiro. Segundo os documentos públicos, a única atividade de trabalho que o almirante cumpriu na capital carioca foi “despachos internos” em 28 de dezembro, na manhã que antecedia o voo. Ou seja: o comandante poderia ter voado de FAB apenas no dia 28, e não quatro dias antes, o que aconteceu antes do Natal.
Em outras ocasiões, fora das festas de fim de ano, Garnier cumpriu o decreto. Em 15 de dezembro, uma quarta-feira, por exemplo, ele foi ao Rio de Janeiro pela manhã. Sua agenda mostra que ele participou de duas cerimônias oficiais na cidade a partir das 10h.
O Metrópoles questionou a Marinha por três vezes desde o último dia 27, mas não obteve resposta. A Força se recusou a responder o motivo da viagem do comandante e sobre quem eram os outros integrantes da comitiva.
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