A Fundação Cultural Palmares tem como principal missão promover e preservar os valores culturais, históricos, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira. A instituição foi fundada no sentido de promover uma política cultural igualitária e inclusiva, que contribua para a valorização da história e das manifestações culturais e artísticas negras brasileiras como patrimônios nacionais.
Durante o governo Bolsonaro, a Fundação este sobre o comando de Sérgio Camargo, que se envolveu em diversas polêmicas ao longo do mandato, entre elas ao afirma que concorda com chibatadas como pena para pichação ou ainda que Marielle Franco "nunca foi preta".
Nesta quinta-feira (31), Camargo foi exonerado do cargo de presidente da Fundação Cultural Palmares, porém, o motivo não tem nada a ver com suas falas. Ele irá concorrer a uma vaga de deputado federal nas eleições de outubro. O afastamento está em publicação no Diário Oficial da União assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
O novo presidente é um servidor de carreira da Palmares, onde está há mais de 30 anos. Marco Antonio Evangelista "dará continuidade ao trabalho honesto, digno e libertador realizado pela minha gestão", escreveu Camargo em post no Twitter, ao anunciar Evangelista.
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O servidor efetivo Marco Antonio Evangelista é o novo presidente da Fundação Cultural Palmares. Com 30 anos de serviço público na instituição, ele dará continuidade ao trabalho honesto, digno e libertador realizado pela minha gestão. ⬇️ pic.twitter.com/FYWikCqh1i
— Sérgio Camargo (@CamargoDireita) March 31, 2022
Evangelista havia sido nomeado como eventual substituo de Camargo no ano passado, de acordo com publicação no Diário Oficial da União.
Camargo, conhecido por se posicionar contra pautas do movimento negro e por se definir como negro de direita, se filiou ao Partido Liberal, sigla do presidente Jair Bolsonaro, nesta semana, assim como o agora ex-secretário especial da Cultura, Mario Frias, e o secretário de fomento, André Porciuncula.
"Negros não precisam ser vítimas. Negros são livres. Pretos e brancos unidos. Palmares digna. Bolsonaro até 2026. Sigamos, patriotas", escreveu no Twitter, ao anunciar sua filiação ao partido.
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Dirigindo um órgão da Secretaria Especial da Cultura com um orçamento modesto e pouco espaço político, que tem como objetivo preservar e promover a cultura negra no Brasil, Camargo se destacou por ações como a exclusão de personalidades negras de uma lista da fundação, a remoção de livros do acervo e por declarações polêmicas.
Indicado ao cargo na gestão do ex-secretário de Cultura Roberto Alvim, que foi exonerado após ter copiado uma citação nazista de Joseph Goebbels num pronunciamento do governo, Camargo é filho do escritor e militante do movimento negro Oswaldo de Camargo.
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Na ocasião de sua nomeação à frente da fundação Palmares, seu irmão, o músico e produtor cultural Oswaldo de Camargo Filho, o Wadico Camargo, fez um abaixo-assinado contra sua posse.
"Tenho vergonha de ser irmão desse capitão do mato. Sérgio Nascimento de Camargo, hoje nomeado presidente da Fundação Palmares", escreveu no Facebook em novembro de 2019.
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