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DINHEIRO DE VOLTA

Recompensas em cashback superam programas de milhas e pontos

Dinheiro de volta em compras online se tornou queridinho entre os brasileiros, que optam mais por cashback do que por acúmulos de milhas aéreas ou pontos no cartão de crédito.

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Imagem ilustrativa da notícia Recompensas em cashback superam programas de milhas e pontos camera Cashback promete retorno percentual do valor das compras | Reprodução

Milhares de brasileiros vêm aderindo a um modelo de compras que oferece retorno porcentual imediato em dinheiro. O cashback, ou dinheiro de volta, é facilmente encontrado em e-commerces e tem se popularizado cada vez mais em qualquer aplicativo que faça transações bancárias ou utilize qualquer plataforma de pagamentos.

Para especialistas, o crescimento desse tipo de negócio no Brasil vai ganhando o espaço que antes era dos programas de pontos no cartão de crédito ou serviço de milhagem.

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Para Myrian Lund, educadora financeira da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), apesar de atrativo, o uso do cashback precisa ser feito com consciência e planejamento.

Ela alerta que é comum o caso de consumidores que, "enfeitiçados" pela ideia de retorno imediato, acabam gastando mais do que deveriam, ou até pagando mais caro por um determinado produto por conta do benefício.

Ainda na opinião da especialista, a presença do cashback foi impulsionada pelo crescimento do e-commerce durante a pandemia e por um serviço que olha para as camadas baixas da sociedade, com consumidores de menor poder aquisitivo.

"Antes, muitos clientes acabavam nem usando as milhas acumuladas, por não ter o suficiente para conseguir viajar com elas. Com o cashback, até as menores compras trazem uma sensação de recompensa", ressalta Myrian.

Quem pretende se aventurar no mundo do cashback precisa ficar atento a algumas informações importantes. Na hora de efetuar a compra é preciso levar em consideração as regras de cada companhia que oferece o serviço, entre elas o porcentual de retorno, o prazo para compensação do valor a receber e o período de validade dos créditos.

Faturamento

O uso do cashback no comércio eletrônico nacional gerou em 2021 um faturamento de R$ 10 bilhões, quase o dobro do registrado em 2020, segundo levantamento da empresa de cupons de desconto e cashback Cuponomia. "A pandemia fez o e-commerce crescer e puxou o cashback junto. Quem usa conta para os amigos, o que gera um crescimento exponencial", diz Ivan Zeredo, diretor de marketing da Cuponomia.

Nascido no mundo digital, o benefício avança para as lojas físicas com os cartões de crédito. No Nubank, o cashback é oferecido a quem opta pelo modelo Ultravioleta, com 1% da fatura convertido em dinheiro de volta, que passa a render a 200% do CDI. "Oferecemos total flexibilidade para o cliente usar esse cashback da maneira que melhor entender", afirma Rusen Baragiola, líder da área de cartões do Nubank.

O coordenador de mídias sociais Gustavo Gusmão, cliente do Nubank estima que irá acumular R$ 663 em um ano. "Escolhi o cartão por causa do rendimento e pelo saldo nunca expirar, diferente das milhas aéreas", diz.

O benefício, antes mais ligado às fintechs, já aparece nos "bancões". O Santander passou a oferecer cashback aos seus clientes no ano passado, através da plataforma Esfera. O retorno percentual pode variar de acordo com o tipo de produto, ou loja parceira presente no e-commerce da instituição financeira.

No Itaú, o serviço é encontrado em alguns cartões. "Nos bancos o foco era a média e alta renda. Com os bancos digitais, os tradicionais precisaram se mexer para não perder clientes", diz Myrian Lund.

Pioneira no País, a Méliuz atua há mais de dez anos no setor. No início, a companhia precisou explicar que o cliente não pagaria a mais pelo benefício. "O custo para o anunciante é reduzido em relação a anúncios em redes sociais porque ele só existe se houver venda, e o consumidor recebe uma parte da compra", afirma Malu Tolentino, gerente de desenvolvimento de negócios no e-commerce. A empresa hoje conta com cartão de crédito que dá cashback em compras no varejo físico e virtual, com retorno que varia conforme a loja.

O aplicativo de carteira digital RecargaPay vende um plano de assinatura que dá cashback a cada pagamento. Para o assinante, em uma estimativa de gastos com cartão de crédito, sendo R$ 150 em recarga de celular, R$ 100 em bilhete de transporte e a compra de botijão de gás a R$ 112, o cashback pode chegar a quase R$ 30 do total gasto. Além disso, o pagamento de contas acima de R$ 20 com a carteira digital gera até R$ 0,60 de retorno por boleto.

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