Em 2018, na eleição para a Presidência da República, Jair Bolsonaro (PL) contou com uma forte base de apoio formada por caminhoneiros. No entanto, os recentes e sucessivos aumentos de preço dos combustíveis têm afetado negativamente a confiança da categoria no presidente.
Nesta sexta-feira (17), após o anúncio de mais um aumento no preço do óleo diesel (14,2%) e da gasolina (5,2%), representantes dos caminhoneiros voltaram a responsabilizar Bolsonaro pela situação. De acordo com o colunista do UOL, Chico Alves, os líderes da categoria ficaram ainda mais com as postagens feitas pelo presidente nas redes sociais criticando a Petrobras pelo aumento e alegando que não pode fazer nada a respeito. "O governo federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis", comentou ele.
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"Bolsonaro continua querendo tirar a responsabilidade dos seus ombros, isso é uma mentira deslavada, já que a solução está na sua caneta", critica o deputado Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Nacional em Defesa do Caminhoneiro Autônomo e Celetista.
Crispim classifica como mentiroso o argumento de que o corte de alíquotas de ICMS conseguirá provocar qualquer redução no preço dos combustíveis, o que ele vem denunciando há algumas semanas. "Foi uma armadilha para governadores, prefeitos e povo brasileiro, que viram os recursos para a Saúde, Educação e Segurança Pública reduzidos em favor de investidores internacionais das bolsas de valores, para os banqueiros e para os golpistas que importam combustíveis", dispara.
O deputado também pdeiu ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que pautasse com urgência o Projeto de Lei que cria o Fundo de Estabilização e suspende o Preço de Paridade de Importação (PPI), que mantém os valores cobrados pela Petrobras equiparados aos do mercado internacional.
De acordo com o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, o presidente continua tentando iludir a população por meio de postagens nas redes sociais e declarações à imprensa.
"Ele fala como se o governo fosse contrário ao aumento e não pudesse fazer nada", comenta Litti. "Só os que idolatram o presidente podem defender o indefensável. Faltam palavras para definir quem tem uma prática completamente separada do discurso", conclui.
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