O progresso da sociedade leva a uma melhor qualidade de vida, fundamentalmente apoiada pelas novas tecnologias neste momento em que a maioria dos seres humanos já não sabe viver sem máquinas. No entanto, esse avanço também é usado por quem tenta obter uma fatia para benefício próprio, adaptando-se aos novos tempos.
Os golpes de cartão de crédito de antes dão lugar aos golpes virtuais de hoje. Novas modalidades surgem todos os dias e os órgãos de segurança têm emitido vários alertas para informar os cidadãos.
Atualmente, um dos alvos preferenciais dos chamados cibercriminosos é o Pix. Somente em abril e maio deste ano, o número de tentativas de golpes contra brasileiros ultrapassou os 424 mil, o que corresponde a um aumento de mais de 350% com relação aos meses de fevereiro e março. Segundo os dados coletados pela empresa de cibersegurança PSafe, houve mais de quatro ataques fraudulentos por minuto no período pesquisado.
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“Isso corresponde a quase sete mil tentativas do golpe com este tema por dia, mais de 280 por hora e quatro por minuto somente entre os meses de abril e maio”, comenta Emílio Simoni, executivo-chefe de segurança da PSafe. De acordo com ele, essa tendência de crescimento também vem sendo notada em outras modalidades de fraudes financeiras.
“E podemos ver que explorar a temática financeira é uma tendência entre os cibercriminosos, pois o mesmo crescimento está acontecendo com os golpes financeiros em geral”, ressalta.
A versão mais recente dos fraudadores é se passar por supermercados em e-mails solicitando a verificação de dados de clientes, para que obtenham informações muito valiosas, como os números de CPF e nomes de membros da família, para prosseguir com o roubo de identidade com o qual possam endossar seus crimes a terceiros.
“Muito provavelmente eles tiveram acesso a banco de dados vazados na deep web e utilizam isso para aparentar que aquele contato é oficial de alguma empresa em que a vítima tem cadastro”, explica Simoni.
Levando em consideração apenas os primeiros cinco meses do ano, a PSafe registrou mais de 3,4 milhões de tentativas de golpes contra 2,2 milhões em comparação ao mesmo período em 2021 — uma alta de 54,54%. Já em 2022, foram 424 mil verificações em abril e maio contra 92 mil em fevereiro e março.
Clonagem de cartões e abertura de contas
Segundo a PSafe, o maior risco representado pelos golpes envolvendo o Pix, é que os cibercriminosos ganham acesso a uma série de dados das vítimas. O que possibilita clonar cartões de crédito, realizar transações bancárias online, abrir contas, assinar serviços e outras ações sem autorização.
Há ainda as fraudes em que os criminosos fingem ser entidades bancárias para confirmar a senha de seus internet banking, conseguindo acessar a conta corrente para e deixá-la zerada, ou se fazem passar por bancos, lojas ou shopping centers oferecendo brindes, mas se um link que acompanha a mensagem for clicado, a vítima pode ser induzida a baixar malwares, o que pode fazer com que os golpistas assumam o controle de seus dispositivos.
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“No controle, eles [os criminosos] podem acessar apps de banco e realizar transações bancárias”, alerta Simoni. “Temos visto ainda muitos casos de pessoas que tiveram suas redes invadidas e os golpistas, passando-se pela vítima, falsamente publicaram produtos à venda, solicitando pagamento adiantado.”
Como se proteger
Alguma medidas simples, segundo a PSafe, podem ser tomadas pelos consumidores, diminuindo sensivelmente as chances de sofrer um golpe no Pix. Para começar, ao fazer um Pix, os clientes devem cadastrar a conta recebedora no app de seu banco para evitar movimentações sem autorização.
Também é importante não clicar em links para realizar transferências, pois eles podem ser usados para baixar programas espiões em seus dispositivos eletrônicos. Já no caso de precisar receber um Pix de uma pessoa desconhecida, o mais recomendável é usar uma chave aleatória.
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