A repercussão do caso bárbaro do estupro cometido pelo anestesista Giovanni Quintella Bezerra provocou uma onda de revolta entre os brasileiros e desconfiança entre outras possíveis vítimas do médico.
Naquele dia 10 de julho, Giovanni fazia a terceira cirurgia de parto cesárea do dia, quando profissionais da saúde que atuavam na mesma equipe que ele esconderam um celular dentro de um armário e flagraram o médico colocando o pênis dentro da boca de uma grávida sedada.
Veja também:
Anestesista preso por estupro é hostilizado em presídio
Irmã de anestesista preso também foi vítima de estupro
Agora indiciado por estupro de vulnerável e preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu 8, no Rio de Janeiro, Quintella é alvo de novas investigações sobre outras mulheres que também podem ter sido vítimas dele.
Até o momento, seis denúncias contra o médico já foram feitas à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) no Rio de Janeiro, que segue apurando potenciais crimes cometidos contra outras pacientes dentro da unidade hospitalar onde ele trabalhava.
Em depoimento, a mulher que passou pela primeira cirurgia cesárea feita por Giovanni no dia 10 de julho comenta que o médico chegou a olhar seus seios.
“O roupão caiu e ela percebeu que o anestesista tinha olhado para seus seios e em seguida perguntado se ela estava com frio. A mulher acredita que o enfermeiro também tenha notado, porque pegou o roupão e jogou nos ombros dela”, relata o documento.
"GOSTO RUIM NA BOCA"
Em outro depoimento, desta vez do marido da mulher que passou pelo segundo parto cesariano daquele dia, ele afirma que tentou ver a mulher por volta de 13h, mas só conseguiu encontrá-la por volta das 19h.
Quando o homem chegou à enfermaria, a mãe da paciente disse que a filha falou "coisas estranhas", as quais o marido deveria saber, entre elas o relato de que a mulher, ao despertar da sedação, sentiu um "gosto muito ruim na boca".
Em comum, os dois depoimentos expõem anestesias muito mais fortes que o normal para uma cirurgia de parto cesariano.
VULNERABILIDADE
A delegada Bárbara Lomba, que lidera as investigações sobre o caso do estupro cometido pelo médico, afirma que ele se aproveitava da vulnerabilidade das pacientes por meio do uso de sedativos, possivelmente com doses mais elevadas que o habitual.
“O agente se aproveita da vulnerabilidade da vítima. Esse estado de vulnerabilidade da vítima, nesse caso, é a sedação. Ela estava desacordada”, diz a delegada.
Uma mulher, que também foi atendida pelo médico, prestou depoimento sobre o que viveu no momento em que fazia o parto de seu terceiro filho. Ela tinha acabado de dar a luz e seu marido se retirou da sala de cirurgia com o bebê após um pedido do próprio anestesista, o qual afirmou que, a partir daquele momento, "seria com a equipe médica".
“Eu já não estava conseguindo falar mais, porque assim que ele [marido] saiu, eu já fui ficando mais mole, mais sedada. Aí ele [Giovanni] falou que ia me dar uma anestesia geral. Tomei e não consegui mais lembrar de nada. Apaguei”, diz a mulher.
Ela conta que, quando soube das notícias do estupro cometido por Quintella, reconheceu o anestesista e procurou a Delegacia da Mulher. Este foi o terceiro parto cesárea que ela fez e, desta vez, sentiu que a anestesia foi muito mais forte.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar