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PRISÃO

Justiça nega liberdade para acusados de matar Bruno e Dom

Suspeitos devem continuar preso

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Imagem ilustrativa da notícia Justiça nega liberdade para acusados de matar Bruno e Dom camera Bruno e Dom foram mortos em junho deste ano | Reprodução

A Justiça Federal do Amazonas negou nesta sexta-feira (28) o pedido de liberdade solicitado pela defesa de Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima, acusados pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, em junho deste ano, no Vale do Javari. Os suspeitos estão sendo acusados de duplo homicídio qualificado com agravante de motivo torpe e ocultação de cadáver.

O advogado Aldo Raphael de Oliveira alega que os acusados foram torturados, além de estarem sendo privados de alimentação adequada e banho de sol. A defesa afirma ainda que um dos três clientes, Oseney Oliveira, seria inocente e que só confessou porque "foi torturado na delegacia de Polícia Civil em Atalaia do Norte". Ele ainda acusa a polícia de ter forçado o suspeito a envolver falsamente outras pessoas no caso, supostamente para que pudesse ser apontada a figura de um mandante.

Dom e Bruno foram mortos com tiros no peito e na cabeça

"O denunciado é analfabeto, e, ao chegar na sede da Superintendência da Polícia Federal, sofreu bastante tortura psicológica ao ser interrogado sem a presença de seus advogados", disse Oliveira.

O advogado também solicitou que a federalização do caso fosse desfeita e que, portanto, ele fosse transferido para a Justiça estadual, porque o crime teria sido cometido fora de uma área de proteção ambiental ou indígena.

O juiz federal Fabiano Verli, negou a soltura dos três acusados, manteve a prisão preventiva e justificou não ver "qualquer ilegalidade ou mudança relevante do estado de coisas que implique a cessação desta medida cautelar". Sobre o pedido para reversão da federalização do caso, o magistrado pediu a opinião do Ministério Público.

O caso que ganhou repercussão mundial e as investigações e processos judiciais continuam. Semana passada, o acusado de ser o mandante do crime, Rubens Villar Pereira, o "Colômbia", pagou fiança e vai responder pelo crime em liberdade.

RELEMBRE O CASO

Dom Phillips era correspondente do jornal The Guardian. Britânico, ele veio para o Brasil em 2007 e viajava frequentemente para a Amazônia para relatar a crise ambiental e suas consequências para as comunidades indígenas e suas terras.

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O jornalista conheceu Bruno Araújo em 2018, durante uma reportagem. A dupla fazia parte de uma expedição de 17 dias pela Terra Indígena Vale do Javari, uma das maiores concentrações de indígenas isolados do mundo. O interesse em comum aproximou a dupla.

Bruno, servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio), era conhecido como um defensor dos povos indígenas e atuante na fiscalização de invasores, como garimpeiros, pescadores e madeireiros.

Uma perícia da Polícia Federal revelou que Dom Phillips e Bruno Pereira foram mortos com tiros disparados por armas de caça. O indigenista foi atingido por três disparos, enquanto Dom foi assassinado com um tiro.

Até o momento, três pessoas foram presas suspeitos de participação no crime: Amarildo Oliveira, conhecido como Pelado, o irmão dele, Oseney Oliveira, o "Dos Santos", e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha. No total, a PF aponta oito pessoas como suspeitas de participação no caso.

"Colômbia" é apontado como o mandante do crime. Apesar do apelido, o suspeito é peruano e, segundo a polícia, comandava um esquema de compra de pescados ilegais, para lavar dinheiro e transportar droga produzida no Peru e Colômbia.

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