O presidente da Indonésia, Joko Widodo, parabenizou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela vitória na eleição e, na mesma mensagem em mídia social, defendeu "a cooperação Indonésia-Brasil em desenvolvimento sustentável e transição energética", argumentando estarem ambos "entre as nações mais biodiversas".
Dois meses atrás, a agência Reuters noticiou que Lula, se eleito, iria defender uma aliança Brasil-Indonésia-Congo, os três países com mais floresta tropical no mundo, começando pela COP27, a Conferência da ONU para Mudança no Clima –que acontece no Egito a partir deste domingo (6).
Segundo o coordenador técnico da equipe de transição do presidente eleito, Aloizio Mercadante, "a proposta é estabelecer uma aliança estratégica para tratar da questão do financiamento" do desenvolvimento sustentável e da conservação. Além dos três países, poderia abranger outros, depois.
"Se o mundo estiver disposto a ajudar, manter uma árvore em pé na Amazônia pode valer mais do que qualquer investimento", declarou Lula então, em entrevista coletiva a correspondentes. Convidado após a vitória, pelo presidente do Egito, o presidente eleito deve ir à conferência.
Já o atual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), segundo o jornal Jakarta Post, "parece ter perdido o apetite para participar" da cúpula do G20, que acontece em Bali, na Indonésia, a partir do dia 15. Outros 17 mandatários já confirmaram presença, segundo o Ministério do Exterior do país.
O anfitrião Joko Widodo, que neste ano preside o grupo que reúne as maiores economias ricas e emergentes, afirmou que ligaria para os três que estão faltando, procurando convencê-los, e já fez um primeiro contato com o presidente russo, Vladimir Putin –ele só deve confirmar mais perto do evento.
Em editorial sobre a eleição de Lula e a eventual ausência de Bolsonaro, o Jakarta Post, principal jornal em inglês no país, defendeu que um "compromisso conjunto da Indonésia e do Brasil, em meio a apelos globais por melhor governança florestal, fortaleceria a demanda do mundo em desenvolvimento por mais responsabilidade das nações desenvolvidas na mitigação das mudanças climáticas, por meio de assistência substancial e incentivos econômicos para reduzir o desmatamento".
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