Em 7 de novembro, no município de Novo Progresso, no sudoeste do Pará, em um trecho da BR-163, manifestantes que realizavam o bloqueio da pista entraram em confronto com agentes da Polícia Rodoviária Federal. Na confusão, houve troca de tiros e duas pessoas feridas, incluindo uma criança.
Segundo investigações da Polícia Federal, o analista de sistemas Ricardo Foresti, 36, seria o autor de convocações para um confronto com a PRF (Polícia Rodoviária Federal). De acordo com a investigação, Foresti chamou a população a bloquear a estrada meia hora antes de uma operação da PRF destinada a liberar a via.
O relatório da PF apontou que Foresti enviou mensagem a um grupo de WhatsApp de moradores da cidade dias antes do confronto, afirmando que "a hora é essa", e gravou um vídeo no local do confronto. Além disso, ele publicou em seu perfil no Instagram fotos indicando estar acampado no local e ter participado da ocorrência com a PRF, que deixou um agente ferido.
No último dia 24, Foresti foi um dos dez alvos da operação "163 Livre", que investiga atos em reação à derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL). No local, a paralisação da rodovia havia se consolidado em 3 de novembro, quatro dias após a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A paralisação começou um dia após uma convocação por vídeo de Claudia Kummer, uma pedagoga de 48 anos também investigada pela PF. Conforme mostrou o portal UOL, ela é suspeita de ter "participação interestadual" na organização dos atos golpistas, mas está foragida há mais de uma semana.
Já Foresti e outros cinco investigados chegaram a ser alvos de prisão temporária — de 5 dias, prorrogados por mais 5 —, mas foram soltos na semana passada. A reportagem tentou contato com Foresti por mensagens, mas não obteve resposta, e não foi possível localizar a advogada apontada no processo. Se houver manifestação da defesa, ela será incluída no texto.
Organizador antecipou ação da PRF, indica mensagem. A operação da PF sobre o bloqueio da BR-163, no último dia 24, foi focada especialmente em suspeitos identificados por imagens no local do confronto. Os alvos não incluíram possíveis financiadores do movimento, apenas participantes diretos ou autores de convocações. A investigação mostra que obloqueio em Novo Progresso foi convocado no dia 2 de novembro e se instalou no dia seguinte.
O MPF (Ministério Público Federal) apura, entre outros, os crimes de tentativa de homicídio contra os agentes da PRF e constrangimento ilegal a comerciantes, para que aderissem à paralisação. Segundo indicam áudios e mensagens anexadas a um relatório da PF, os manifestantes de Novo Progresso vinham apreensivos com o que havia ocorrido dois dias antes em uma cidade vizinha, Guarantã do Norte (MT), onde a PRF reconheceu ter usado a força para liberar outro trecho bloqueado da BR-163. Às 10h36 do dia 7 de novembro, diz o relatório, Foresti enviou em um grupo de WhatsApp: "Pessoal, vamos todos pra lá, a hora é essa. Eles vão pra cima as 11hrs. Vamos no máximo de pessoas lá", escreveu às 10h36, menos de meia hora antes do confronto.
Segundo seu perfil no Instagram, Forestié analista de sistemas, formado em agosto do ano passado por uma faculdade local. Em fevereiro de 2020, ele compartilhou uma foto próximo a Bolsonaro em uma visita do presidente a Novo Progresso. "Momento único... bem próximo ao presidente Bolsonaro... Muita humildade, ele é o cara", escreveu.
Desde o início dos bloqueios do Pará, ele publicou fotos sugerindo que participou ativamente do enfrentamento às equipes da PRF. Uma das imagens mostra um aparente acampamento, com mesa, material de cozinha e churrasqueira. Na legenda da foto, Foresti escreve: "Se é pra resistir! resistiremos até o Brasil ser dos brasileiros!" (na grafia original da mensagem)
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