Veja! Rosto do faraó é recriado com base em tomografia

O faraó Tutancâmon governou o Egito apenas por uma década, entre os anos de 1332 e a 1323 antes da Era Comum, tendo falecido com 19 anos sem ser um soberano de destaque. Sua fama se deve ao fato de que sua tumba foi a única encontrada intacta até hoje.

Lá estavam todos os artefatos, tesouros, roupas, joias entre outros objetos de muito valor em seu interior. Isso inclui a múmia “vestindo” a famosa máscara mortuária de ouro. O documentário “Tutankhamun: Allies & Enemies”, da rede PBS, foi realizado para celebrar justamente o centenário da descoberta da tumba, pelo arqueólogo britânico Howard Carter, em 1922.

Para concluir a mais realista reconstrução facial do faraó, que governou o Egito há mais de 3,3 mil anos, o escultor forense canadense Christian Corbet usou a ciência como condutora de seu talento.

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O projeto foi realizado para um filme sobre o “rei menino”, que ganhou esse apelido por ter se tornado faraó com apenas 9 anos. O trabalho se baseou em um modelo 3D criado a partir de imagens escaneadas do crânio de Tutancâmon por tomografia computadorizada.

A escultura foi concluída em duas etapas: primeiramente, finalizado como uma escultura forense, sem adornos, orelhas, sem expressão facial e com os olhos fechados. Uma vez registrada tal versão, o artista pôde então se dar o direito a criatividade, abrindo os olhos do faraó, dando leve inclinação à expressão facial, bem como adornando a escultura com uma coroa.

“Mas, novamente, não houve fabricação de recursos. Até mesmo as orelhas foram cuidadosamente pensadas por todos nós”, afirmou Corbet.

As tomografias foram feitas por Andrew Nelson, da Universidade Western, no Canadá, e teve como um dos maiores desafios “ensinar” o software a diferenciar o crânio do faraó da camada de linho com resina utilizado pelos antigos egípcios para preservar o corpo durante a mumificação.

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Além do crânio escaneado, Corbet utilizou marcadores dos tecidos indicando a profundidade da carne do rosto em pontos diversos, baseados na anatomia do povo egípcio atual.

“Nós trabalhamos a partir do modelo 3D do crânio, e depois adicionamos as camadas de músculos e efetivamente construímos a face. A anatomia do crânio guiou a reconstrução facial, então acho que chegamos a uma aparência mais realista do que qualquer outra que já vimos no passado”, afirmou Nelson.

“A escultura forense foi baseada na ciência do crânio, e as medidas e marcadores dos tecidos se basearam na média do homem egípcio”, explicou Corbet, reiterando que não houve licença criativa no processo. “Cada etapa foi fotografada para comprovar meu trabalho”, reiterou o artista.