O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dispensou, nesta quinta-feira (19), mais nove militares do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), dando sequência à série de trocas no órgão, em particular após a manifestação golpista.
As novas dispensas foram publicadas no Diário Oficial da União.
Desde o início da semana, já são 84 militares dispensados de postos no Planalto, contando com os desta quinta, sendo 38 do GSI. Os demais trabalham na parte administrativa ou do departamento de residência oficial, que cuida do Palácio da Alvorada, não ligado ao ministério.
O presidente tem intensificado a dispensa de militares que trabalham no Palácio do Planalto desde a sua posse, mas esse processo se intensificou após a manifestação golpista de domingo (8). Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avançaram sobre as forças de segurança e invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.
Lula já havia manifestado desconfiança com o GSI, apesar de ter nomeado para o órgão um homem de sua confiança, o general Gonçalves Dias. Por isso transferiu a responsabilidade por sua segurança para a Polícia Federal.
Após os ataques golpistas de 8 de janeiro, o presidente externou em diversos momentos a sua desconfiança. Em entrevista à GloboNews, afirmou que a inteligência do governo federal "não existiu" às vésperas do ato.
Tanto a pasta quanto o seu novo ministro, general Gonçalves Dias, viraram alvo de críticas de integrantes do governo que apontaram morosidade do órgão diante do vandalismo de bolsonaristas.
Diante disso, o GSI determinou o aumento do efetivo de agentes que atuam na proteção do Palácio do Planalto. Deve também comprar e modernizar câmeras de vigilância, adquirindo inclusive aparelhos com reconhecimento facial.
Cabe ao CMP (Comando Militar do Planalto), ligado ao Exército, realizar a segurança dos prédios da Presidência. Há dois batalhões disponíveis em Brasília e outros no entorno, que podem ser acionados a depender da demanda.
Nos últimos anos, o GSI tornou-se cada vez mais associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que indicou para o órgão o general Augusto Heleno, crítico voraz de Lula.
Dos noves agentes do GSI dispensados nesta quinta-feira (19), seis deles atuavam no escritório de representação, da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI.
Também foram nomeados três militares para o GSI. Dois deles para o departamento de gestão do órgão e outro para a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial —mais ligada à segurança dos prédios presidenciais.
Na quarta-feira (18), Lula já havia dispensado outros 13 agentes do GSI. Dentre eles, são eram da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial. O segundo sargento da Aeronáutica Bruno Dias Maia Faria, secretário, também está entre os dispensados. Os demais são assistentes e supervisores.
Essa leva de dispensas já havia sido publicada no Diário Oficial da União um dia após o Planalto ter dispensado 40 militares que trabalhavam no Palácio da Alvorada —além de outros fardados de áreas diversas do governo.
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