Embora seja um setor que costuma ter maior resiliência aos cenários econômicos mais difíceis, o varejo farmacêutico entrou em 2023 com um sinal amarelo: em janeiro, o número de clientes atendidos e o volume de vendas caiu na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Foram vendidas pouco mais de 140 milhões de unidades de medicamentos no primeiro mês deste ano, ante quase 167 milhões em janeiro de 2022, segundo levantamento da Abrafarma, a associação que reúne grandes redes como RaiaDrogasil, Pacheco, Panvel e outras. O total de atendimentos também caiu de 93 milhões para 89,5 milhões.
As vendas de produtos que não são remédios, como cosméticos e itens de higiene, ainda tiveram uma pequena alta (3,6%), de aproximadamente 106 milhões de unidades para quase 110 milhões no mês.
No total, o faturamento apresentou crescimento real tímido, inferior a 4% na comparação com janeiro do ano passado. É um recuo significativo diante do avanço em torno de 17,5% de janeiro de 2022. A pior queda foi nos medicamentos isentos de prescrição médica, que perderam 17% de faturamento no período.
Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma, ressalva que o desempenho inferior pode ser apenas um reflexo do novo cenário da pandemia, já que a ômicron pode ter impulsionado um crescimento atípico das vendas no setor no início do ano passado.
Mas o cenário ainda inspira um alerta, segundo as farmácias, que reclamam do aumento na alíquota do ICMS em 12 estados no fim do ano passado como forma de compensar o corte no imposto sobre combustíveis e energia.
"É lastimável a visão desses governadores que consideram combustíveis mais importantes que remédios", afirma Barreto em nota.
Os resultados de janeiro não chegaram a impactar o número de lojas, que subiu 7%, e de trabalhadores, que registrou saldo 4,5% superior, segundo a Abrafarma.
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