Professora que ganhou esponja de aço não vê ato como racismo

A professora Edmar Sônia, 48 anos, que recebeu uma esponja de aço como “presente” de um aluno no último dia 8 de março, revelou que está surpresa com a proporção que o caso tomou e que não vê a atitude do estudante como racismo.

Em entrevista ao Correio Braziliense, a professora contou que até mesmo jornalistas internacionais entraram em contato para falar sobre o caso. “Hoje, eu fiquei sabendo que um jornalista francês tentou entrar em contato comigo para falar sobre o ocorrido”.

O caso viralizou nas redes sociais depois que alunos da escola compartilharam um vídeo que mostra o momento em que um aluno dá uma palha de aço para a professora. Alguns estudantes que presenciaram a cena se revoltaram com a situação e denunciaram o caso para a direção da Escola do Centro de Ensino Médio (CEM) 09 de Ceilândia (DF)

Apesar da atitude ofensiva do aluno, a professora afirma que continua mantendo uma relação “satisfatória” com os alunos, incluindo com o próprio estudante que lhe entregou a esponja. “Não houve um conflito. Foi uma manifestação repentina comigo. Não consigo pensar que aquilo foi algo pensado para acontecer comigo”, explica a professora.

Ao invés de enxergar a atitude como racismo, Edmar conta que a ação do aluno foi uma outra forma de discriminação. “Eu enxerguei mais como uma forma de empoderamento machista, mas entendo que, para outras pessoas, isso deve ter doído nesse lugar da raça”.

Edmar ainda ressaltou que não pretende registrar um boletim de ocorrência contra o estudante. No entanto, a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) 2 (Taguatinga) iniciou procedimentos para investigar o fato ocorrido na sala de aula.