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CRIME DE ÓDIO

Símbolo judaico é manchado com tinta vermelha em São Paulo

O símbolo depredado está situado em uma obra de arte judaica. Se confirmado, este será o 1º caso de antissemitismo no Brasil, desde o início da guerra entre Israel e Hamas.

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Imagem ilustrativa da notícia Símbolo judaico é manchado com tinta vermelha em São Paulo camera A estrela de Davi é considerada um dos símbolos da religião judaica. | ( Reprodução )

Uma obra de arte que retrata a tolerância religiosa pode ter sido alvo de crime de ódio na zona oeste de São Paulo. A imagem de uma criança judia no painel "Coexistência - memorial da fé e por todas as vítimas da Covid-19", do artista Eduardo Kobra, foi manchada com tinta vermelha entre a noite de terça-feira (31) e a madrugada desta quarta (1º).

Se confirmado, este será o primeiro caso de antissemitismo, desde o início da guerra declarada por Israel ao Hamas, envolvendo um símbolo judaico que está nas ruas da capital paulista, segundo a Conib (Confederação Israelita do Brasil). Ataques na internet são mais frequentes, passam de cem por dia, diz a entidade.

A pintura fica em um dos muros da Paróquia São Paulo da Cruz (Igreja do Calvário), na esquina das ruas Henrique Schaumann e Cardeal Arcoverde.

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Estão retratadas no painel crianças de cinco diferentes religiões, todas usando máscaras com o símbolo da sua confissão. Só a criança cuja máscara está estampada com a Estrela de Davi foi atingida com um tipo de argila de cor avermelhada.

Também há vestígios do material no ponto específico da calçada em frente à representação da criança judia, dando a impressão de que o responsável pelo ato se aproximou para atingir o mural.

Vice-presidente da Conib, o advogado Daniel Leon Bialski disse que a confederação denunciou o caso à Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância).

"É um ataque a um símbolo da cultura judaica e com tinta vermelha, que faz alusão a sangue, violência e retrata claro antissemitismo", afirma Bialski.

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A reportagem procurou no início da noite desta quinta (2) a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública) para questioná-la sobre a apuração do caso, mas o órgão da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não havia respondido até a publicação deste texto.

A reportagem também conversou com funcionários da paróquia, do estacionamento da igreja e de uma cafeteria que fica próxima, mas eles desconheciam o suposto ataque.

O local tem pouca circulação de pedestres e não há comércio com fachada voltada ao painel, pois ele fica diante do muro do Cemitério São Paulo.

Há, porém, ao menos uma câmera de segurança do estacionamento da paróquia apontada para um trecho da calçada próximo à obra depredada.

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