O racismo, presente em diferentes esferas da sociedade brasileira, se revela de maneira sutil, muitas vezes de forma disfarçada e que pode passar despercebido pelos praticantes.
Em entrevista para o Correio 24 Horas, o professor Samuel Vida, coordenador do Programa Direito e Relações Raciais da Universidade Federal da Bahia (Ufba), destaca que essa manifestação é resultado da estruturação do racismo na sociedade.
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Abaixo, segue algumas atitudes e expressões que, muitas vezes, contribuem para perpetuar o preconceito racial.
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Usar a expressão "samba do crioulo doido"
A expressão reforça estereótipos negativos sobre homens negros, associando-os à desordem e confusão. A palavra "crioulo" em si é fornecida de conotações racistas, utilizada pelos escravagistas para descrever escravizados desobedientes.
Tocar o cabelo de uma pessoa negra
Abster-se de tocar o cabelo de uma pessoa negra sem permissão, uma prática desrespeitosa que trata o cabelo como objeto exótico, gerando constrangimento.
Usar a expressão "denegrir"
Apesar de seu sentido figurado ser sinônimo de "difamar", seu significado literal, "tornar negro", não deve ser associado a algo negativo.
Fazer suposições sobre a profissão ou condição econômica da pessoa negra
Não faça suposições sobre a profissão ou condição econômica de pessoas negras, pois isso perpetua estereótipos e pode levar a mal-entendidos racistas.
Usar a expressão "cabelo duro/bombril"
Segundo a Defensoria Pública da Bahia, em cartilha, essas expressões são comumente utilizadas para se referir a cabelos crespos, apesar de depreciativas, contribuindo para a baixa autoestima das pessoas negra, por meio de racismo.
Não se posicionar contra o racismo quando tem oportunidade
Não se abster de se posicionar contra o racismo quando surgir uma oportunidade, pois a falta de posicionamento é interpretada como conivência, sustentando a perpetuação do preconceito.
Usar a expressão "Da cor do pecado"
Embora usada como elogio, hipersexualiza a mulher negra e tem conotações negativas em uma sociedade religiosa.
Pintar o rosto da cor preta e usar elementos estereotipados para representar pessoas negras
isso remete à prática do "black face" originado nos Estados Unidos para ridicularizar negros que lutavam por direitos civis.
Dizer que alguém tem o "pé na cozinha ou na senzala"
A expressão carrega referências à escravidão e remete à uma época em que o único local permitido às mulheres negras era a cozinha da casa grande.
Afirmar que "somos todos iguais"
A expressão mascara os problemas provocados pelo racismo, ignorando as diferenças de oportunidades entre negros e brancos e reforçando o mito da democracia racial. Essa abordagem contradiz a constituição histórica do Brasil.
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