O policial militar Leandro Machado da Silva, apontado como um dos envolvidos na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo, se entregou à polícia na manhã desta terça (5) na Delegacia de Homicídios da Capital, zona oeste do Rio de Janeiro.
Crespo foi morto com 18 tiros no dia 26 de fevereiro em frente à sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no centro da cidade.
Também nesta terça a polícia prendeu o ex-funcionário da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) Cezar Daniel Mondêgo de Souza, suspeito de participar do crime. Já Eduardo Sobreira Moraes, terceiro suspeito de envolvimento no assassinato, segue foragido.
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O PM chegou à delegacia acompanhado de um advogado e não quis falar com a imprensa. Segundo a investigação, ele foi o responsável por alugar o carro um Gol branco usado no crime. O veículo foi locado em nome de Vinícius Drumond, filho do contraventor Luizinho Drumond, morto em 2020.
Souza, por sua vez, é apontado pelos investigadores como responsável por vigiar os passos do advogado, juntamente com o terceiro suspeito. Ele trabalhava como assistente no Departamento de Patrimônio da Alerj, com salário de R$ 2.029,37, e foi exonerado três dias após o crime. Segundo a polícia, ele ainda não tem advogado.
Antes de ser preso, Souza foi chamado duas vezes para depor. Na primeira, negou participação no crime. Na segunda, ao ser confrontado com imagens, não quis fazer declarações. E disse não saber para qual deputado trabalhava com cargo comissionado.
Em nota, a Alerj disse que Souza foi nomeado em 2019 e seria substituído por Moraes, também suspeito pela morte do advogado. A assinatura da nomeação de Moraes foi feita pelo presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União), e pelo primeiro secretário da Mesa Diretora, Rosenverg Reis (MDB). A informação foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim, do Globo.
Após a repercussão, a Assembleia afirmou que "assim que tomou conhecimento sobre o caso e antes mesmo de ter sido realizada a posse, a Alerj tornou o ato de nomeação sem efeito em publicação no Diário Oficial". A Casa não disse quem indicou os nomes para o cargo.
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A polícia afirma que as investigações apontam que o homicídio de Crespo não tem relação com sua atividade advocatícia.
Conforme a Folha de S.Paulo mostrou nesta segunda, os investigadores apuram se a morte do advogado está ligada a envolvimento com apostas online. Em depoimento, a namorada da vítima afirmou que ele queria abrir negócios no ramo de apostas e procurava por um "operador". Ela ainda disse que Rodrigo estava começando a advogar para clientes vinculados com jogos de cassino online.
A suspeita da motivação é reforçada pelo fato de o PM suspeito de envolvimento no crime alugar carros em uma concessionária da zona oeste para Vinícius Drumond. O gerente da locadora afirmou em depoimento que o Gol branco usado no crime foi locado pelo PM em nome de Vinícius Drumond.
Procurado, o advogado Carlos Lube, que representa Drumond, afirmou, em nota, que seu cliente "nunca, jamais, em tempo algum manteve vínculo, seja profissional ou pessoal, e sequer conhece o policial militar Leandro Machado da Silva, razão pela qual é falsa a alegação de que essa pessoa seria seu chefe de segurança".
Já o gerente da concessionária afirmou, em depoimento, que foi o próprio Vinícius quem apresentou o policial como responsável pelo aluguel de seus veículos.
Ainda de acordo com a polícia, os homens responsáveis pela morte de Crespo integram um grupo de extermínio da Baixada Fluminense, que seria liderado por outro PM, foragido há mais de um ano.
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