O conselho de administração da Petrobras confirmou nesta sexta-feira (24) a nomeação de Magda Chambriard à presidência da estatal, encerrando um conturbado processo de sucessão que derrubou as ações da companhia por duas ocasiões nos últimos meses.
Segundo a estatal, a executiva tomou posse como conselheira e presidente da Petrobras nesta sexta. A empresa defende que não é necessária a realização de assembleia de acionistas para confirmar seu nome, como queriam alguns acionistas privados.A votação de sua nomeação à presidência da companhia recebeu um voto contrário, do conselheiro Francisco Petros, e uma abstenção, de Marcelo Gasparino. Ambos são representantes de acionistas minoritários.
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Magda foi indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para substituir Jean Paul Prates, demitido na semana passada após longo processo de fritura, que ganhou força após sua abstenção em votação sobre dividendos extraordinários sobre o lucro de 2023.
Prates não acompanhou a proposta do governo para reter os dividendos, alegando que precisava defender a proposta feita por sua diretoria para a distribuição de 50% do valor. Foi criticado publicamente pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobreviveu por algumas semanas mas acabou demitido.
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QUEDA NA BOLSA
As ações da empresa sofreram dois grandes baques nesse período. No primeiro, após a decisão de reter os dividendos, a empresa perdeu R$ 55 bilhões em valor de mercado em apenas um dia. No segundo, após a demissão de Prates, as perdas foram de R$ 55,7 bilhões em três dias.
A alta rotatividade no comando da empresa, que teve oito presidentes nos últimos oito anos, é criticada pelo mercado como um sinal de ingerência política que provoca instabilidade no preço das ações. Há receio, também, sobre a busca de um perfil mais expansionista para a empresa.
"O perfil dela estará completamente alinhado às expectativas do governo e este, por sua vez, quer a Petrobras maior, gastando mais e distribuindo menos o lucro", diz Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe da Laatus. "Na prática, a Petrobras com certeza pagará menos dividendos."
Em nota, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) afirma ter a expectativa de que "a Petrobras siga cumprindo o programa de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sendo um agente do desenvolvimento econômico e social do país, indutora de emprego e renda".
CELERIDADE
Magda havia sido cotada para presidir a estatal ainda durante a transição, mas acabou perdendo a vaga. Agora, chega à Petrobras com a missão de dar celeridade às entregas do bilionário plano de investimentos da estatal e mostrar resultados antes da eleição presidencial de 2026.
A lista de projetos prioritários para o governo inclui recompra de refinarias, encomendas a estaleiros nacionais, e apoio à criação de polo gás-químico em Minas Gerais, base eleitoral do ministro Silveira.
Magda é ex-funcionária da Petrobras e comandou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) no governo Dilma Rousseff (PT). É formada em engenharia, com especialização e reservatórios e produção de petróleo.
A agora presidente da Petrobras já vinha frequentando a empresa nos últimos dias, para encontros com a gestão da empresa em uma espécie de processo de transição. Ela ainda não deu entrevistas à imprensa.
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