Justiça determina júri popular para motorista de Porsche

O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho será levado a júri popular após ser responsabilizado pela morte de um motorista de aplicativo e ferir um amigo, em março deste ano em São Paulo, enquanto dirigia um Porsche. A decisão judicial, publicada no último sábado, dia 28, também manteve sua prisão preventiva.

O trágico acidente ocorreu em 31 de março na Avenida Salim Farah Maluf, na região do Tatuapé. O Ministério Público imputou a Sastre a acusação de conduzir em velocidade superior a 100 km/h, bem acima do limite permitido de 50 km/h. Ele responderá por homicídio doloso eventual, uma vez que conduzia sob efeito de álcool, resultando na morte do motorista Ornaldo da Silva Viana, além de lesão corporal gravíssima em seu amigo, Marcus Vinícius Machado Rocha, que ocupava o banco do passageiro do veículo.

Detido preventivamente desde maio, Sastre permanecerá preso, conforme afirmado pelo juiz Roberto Zanichelli Cintra. A decisão do magistrado indica a existência de evidências que corroboram a materialidade do crime e a possível culpabilidade do réu, levando-o a ser julgado. Embora a realização do júri seja certa, a data ainda não foi definida.

Durante a audiência de instrução, realizada na 1ª Vara do Júri do Fórum da Barra Funda em 28 de junho, foram ouvidas 19 testemunhas, incluindo tanto a defesa quanto a acusação. O juiz Cintra citou um depoimento onde um testemunho alegou que “o réu estava bastante alterado, como se estivesse bêbado”, reforçando que o acusado parecia mais embriagado do que em ocasiões anteriores.

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O juiz também rejeitou, mais uma vez, o pedido de liberdade feito pela defesa de Sastre, que já protocolou cinco pedidos de habeas corpus. O empresário permanecerá encarcerado na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo, até o julgamento.

No dia do júri, um grupo de sete jurados será responsável por decidir sobre a condenação ou absolvição de Sastre. Caso condenado, ele poderá enfrentar uma pena de até 30 anos de prisão.

Relembrando o caso

No dia 31 de março, Fernando Sastre de Andrade Filho dirigia um Porsche avaliado em mais de R$ 1 milhão quando colidiu com a traseira de um Renault Sandero, resultando na morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana. O acidente ocorreu por volta das 2h da manhã na Avenida Salim Farah Maluf, na zona leste de São Paulo. Após a colisão, Sastre fugiu do local, acompanhado de seu amigo, o estudante de medicina Marcus Vinícius, que sofreu ferimentos graves e precisou ser internado.

O motorista do Sandero foi socorrido com parada cardiorrespiratória, mas não resistiu aos ferimentos, que foram classificados como "traumatismos múltiplos".

Informações relevantes para a investigação incluem a possibilidade de consumo de álcool por Sastre momentos antes do acidente, evidenciada por uma comanda que registrou gastos de R$ 600 em bebidas alcoólicas em um restaurante da capital paulista. Além disso, imagens de câmeras de segurança mostraram a garçonete retirando copos de bebidas alcoólicas da mesa onde Sastre e seus acompanhantes estavam.

O empresário, acompanhado de sua namorada e de Marcus e Juliana, permaneceu por três horas no restaurante antes de se dirigir a uma casa de pôquer, onde ficou por aproximadamente 2h30. Depoimentos coletados pela Polícia Civil indicaram que houve uma discussão sobre sua capacidade de dirigir, devido ao seu estado de embriaguez, embora tanto Sastre quanto sua namorada tenham negado essa informação.