No complexo cenário político brasileiro, episódios de instabilidade têm gerado preocupações sobre a preservação das instituições democráticas. Um caso emblemático envolve o general da reserva Mário Fernandes, preso preventivamente sob a acusação de liderar um plano de golpe de Estado e atentados contra autoridades em 2022, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) negou o pedido de revogação da prisão preventiva de Fernandes, justificando a decisão com base em fortes indícios de sua participação na organização criminosa. O procurador-geral Paulo Gonet destacou que "a situação fática e jurídica que autorizou a decretação da prisão preventiva de Mário Fernandes mantém-se inalterada, não havendo nos autos fato novo que justifique a modificação da decisão de prisão".
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GRAVIDADE DOS FATOS E RISCO À ORDEM PÚBLICA
Em seu parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR ressaltou que a liberdade do general representa ameaça significativa à ordem pública. De acordo com Gonet, Fernandes mantém grande influência sobre os "kid pretos", grupo de militares e agentes da Polícia Federal suspeitos de integrar a trama. "Os investigados continuam a exercer seus postos no Exército e na Polícia Federal, salvo o General da reserva Mário Fernandes, que, entretanto, possui grande ascendência em relação aos 'kids pretos', demonstrando a necessidade da decretação de suas prisões", afirmou.
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CONTEXTO DAS INVESTIGAÇÕES
A prisão de Mário Fernandes é parte da Operação Contragolpe, conduzida pela Polícia Federal, que resultou na detenção de outros três militares e um policial federal. As acusações incluem tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. O inquérito, que reúne mais de 800 páginas, foi enviado à PGR no final de novembro pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
Além de Fernandes, outras 36 pessoas foram indiciadas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro e os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno. A PGR ainda analisa se apresentará denúncia formal contra os acusados, o que transformaria o general e os demais investigados em réus.
DESDOBRAMENTOS E SILÊNCIO DA DEFESA
Desde sua transferência para Brasília em dezembro de 2022, Fernandes está sob custódia do Comando Militar do Planalto. Questionada sobre o caso, a defesa do general não se manifestou até o fechamento desta reportagem. O espaço permanece aberto para futuras declarações.
O caso ressalta as tensões em torno da preservação das instituições democráticas no Brasil e demonstra a complexidade do processo judicial que busca responsabilizar os envolvidos em episódios de tentativa de subversão à ordem constitucional.
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