
Além do calor, blocos que saíram às ruas neste sábado (2) de Carnaval em São Paulo e no Rio de Janeiro tiveram em comum o tom político.
Mensagens de "sem anistia" foram entoadas e estampadas pelos foliões do Jegue Elétrico, em Pinheiros (zona oeste paulistana), do Minhoqueens, no centro, e do Bloco da Terreirada, no bairro carioca de São Cristóvão, na zona norte.
O Jegue Elétrico, que celebrou seu aniversário de 25 anos, marcou posição sobre os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 com um refrão "sem anistia".
Fundado pelo músico Emerson Boy, que cantava no trio elétrico, o Jegue tem a tradição de criar marchinhas com temas políticos. "Sem anistia, tem que acabar com essa mania", repetia o coro ao final do cortejo, na rua Artur de Azevedo.
As mensagens fazem referência a uma série de propostas apresentadas por parlamentares bolsonaristas para conceder perdão aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Na ocasião, apoiadores do ex-presidente (PL) Jair Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes, em Brasília.
Aliados do ex-presidente querem estender o benefício a ele, que foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado, após perder as eleições de 2022, para impedir a posse de Lula (PT).
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No Minhoqueens, a frase "ele preso" foi repetida entre hits de funk e pop que davam clima de balada ao bloco, fundado pela drag queen Mama Darling.
Em meio a glitter e muitos leques, alguns apostavam em frases como "sem anistia para golpista".
Neste ano, o cortejo passou pelas avenidas Ipiranga e São Luís, além das ruas da Consolação e Coronel Xavier de Toledo.
No Rio, além dos gritos de sem anistia, o integrantes do Bloco da Terreirada homenagearam Eunice Paiva, interpretada pela atriz Fernanda Torres no filme "Ainda Estou Aqui", que recebeu três indicações ao Oscar. O retrato da advogada que lutou pelo reconhecimento do marido, Rubens Paiva, como vítima da ditadura, foi exibido em estandartes ao lado do educador e filósofo Paulo Freire e outros nomes.
O bloco, que toca tradicionalmente forró e músicas nordestinas, reuniu jovens e famílias com crianças no parque Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na zona norte carioca
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