
Nem sempre o que se espera de uma data festiva se concretiza em afeto, encontros e doçura. Em Imperatriz, no Maranhão, o que deveria ser uma celebração de Páscoa se transformou em uma tragédia familiar de proporções devastadoras. Dois irmãos, de 7 e 13 anos, morreram após ingerirem um ovo de chocolate que teria sido envenenado. O caso, envolto em suspeitas de vingança movida por ciúmes, mobilizou a polícia local e gerou comoção nacional.
Mirian Lira Rocha, 36 anos, mãe das vítimas, foi autorizada a sair do hospital para participar do enterro da filha Evely Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, a segunda criança a morrer após consumir o doce. Ainda em estado de saúde frágil e abalada emocionalmente, ela falou à TV Mirante na última quarta-feira (23). “É só o que peço: justiça”, declarou.
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A primeira morte ocorreu na quinta-feira (17), quando Luís Fernando, de apenas 7 anos, não resistiu ao envenenamento. Mirian também foi internada, após consumir o mesmo ovo de Páscoa que havia sido entregue à família um dia antes, por volta das 19h, acompanhado de um bilhete: “Com amor para Mirian Lira. Feliz Páscoa!!!”.
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“Quando chegou a embalagem, me ligaram, perguntando se eu tinha recebido. Só que, na minha cabeça, eu achei que fosse o povo da Cacau Show confirmando se eu tinha recebido a embalagem. Eu só apenas falei que tinha recebido e não procurei investigar mais de onde que vinha”, relatou a mãe, que se lembra de ter dividido o chocolate com os filhos, sem notar de imediato qualquer reação adversa.
MÃE DESABAFA: "NÃO SEI COMO VAI SER"
A mãe das crianças, em luto, desabafou sobre o futuro sem os dois filhos. “Nunca imaginei estar passando por isso. Estou tentando digerir aos poucos ainda. É muita informação. (...) Não sei [como vai ser], só Deus mesmo. Daqui para a frente, não tenho noção de como vai ser. Só quero que seja feita justiça, porque foram meus dois filhos, que não vou ter mais de volta.”
CRIME MOTIVADO POR CIÚMES
A principal suspeita do crime, segundo a Polícia Civil do Maranhão, é Jordélia Pereira Barbosa, 35 anos. Ela foi presa e deve ser indiciada por dois homicídios e uma tentativa de homicídio. A polícia aponta que Jordélia é ex-companheira do atual namorado de Mirian e teria cometido o crime motivada por ciúmes.
As investigações revelaram que a suspeita usou um crachá falso com identidade fictícia e disfarce - incluindo peruca preta - para se hospedar em um hotel de Imperatriz. No cadastro, ela afirmou ser uma mulher trans cuja nova documentação ainda não estaria pronta, justificando assim a apresentação do crachá de trabalho.
FUGA NA MADRUGADA
No dia 16 de abril, um mototáxi foi acionado para entregar o ovo de Páscoa à residência de Mirian. As autoridades afirmam não haver indícios de envolvimento do motociclista. Já na madrugada do dia seguinte, por volta de 2h40, câmeras de segurança registraram Jordélia embarcando rumo a Santa Inês, cidade onde foi presa antes mesmo de chegar ao destino.
Com ela, foram encontrados objetos que reforçam a linha de investigação: óculos, perucas, restos de chocolate, remédios e passagens de ônibus. Segundo a perícia, amostras de sangue das vítimas e materiais apreendidos ainda passarão por análise para identificar a substância usada no suposto envenenamento.
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