
O pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo, está se espalhando por rios de fora da Amazônia e já foi identificado em cinco estados brasileiros: São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Fora de seu habitat natural, ele é considerado uma espécie exótica e potencialmente invasora, com risco de desequilíbrio ecológico.
Em Minas, o peixe foi registrado no Lago de Furnas, no município de Guapé, e no Rio Grande, na divisa com São Paulo. Já no Pantanal, exemplares foram encontrados nos rios Cuiabá e Paraguai, parte da Bacia do Prata.
Também houve capturas em rios do Mato Grosso, como o Teles Pires e o Juruena. Em 2024, o governo mato-grossense autorizou a pesca da espécie nessas regiões.
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Na Bahia, o pirarucu foi pescado em localidades distantes entre si, sugerindo que ele já percorre os rios da bacia do São Francisco. O maior exemplar pesou 87 quilos. Em São Paulo, a presença constante do peixe nos rios da região de Cardoso e Mira Estrela atrai pescadores esportivos e turistas.
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente paulista, a espécie é exótica e deve ser removida do ambiente natural caso capturada. A orientação é que os exemplares sejam encaminhados a cativeiros autorizados ou instituições de pesquisa.
Pesquisadores alertam para o impacto ambiental do avanço do pirarucu. Sem predadores naturais nos rios não amazônicos, o peixe pode ameaçar espécies locais e desestabilizar ecossistemas. A bióloga Lidiane Franceschini, da Unesp, pesquisa a expansão do pirarucu desde 2022 e destaca seu perfil predador generalista: “Ele pode causar extinções locais e competir por alimento com espécies nativas”.
Apesar do risco ambiental, o pirarucu também é símbolo de uma bem-sucedida iniciativa de manejo sustentável na Amazônia. Após quase entrar em extinção nos anos 1990 por conta da pesca predatória, o peixe passou a ser criado por comunidades ribeirinhas com apoio de projetos como o Gosto da Amazônia. A carne do “bacalhau brasileiro” é valorizada e já chegou até a ser servida em eventos oficiais do governo federal.
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O Ibama lançou em fevereiro deste ano o Programa Arapaima, voltado à conservação do pirarucu em seu habitat original e ao fortalecimento das comunidades que atuam em sua proteção.
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