Brasil sai novamente do Mapa da Fome da ONU após três anos

O Brasil deixou oficialmente o Mapa da Fome da ONU após novamente registrar menos de 2,5% da população em risco de subnutrição, conforme relatório divulgado em 28 de julho de 2025, durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU em Adis Abeba, na Etiópia. A análise abrange o período de 2022 a 2024, conforme divulgado no relatório "O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025" da FAO.

A saída do Brasil do Mapa da Fome foi comemorada como resultado direto do Plano Brasil Sem Fome, implementado desde o início do governo Lula em janeiro de 2023. O compromisso de deixar a lista até o fim de 2026 foi cumprido em apenas dois anos, segundo o ministro Wellington Dias, que destacou a eficácia das políticas adotadas.

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O país já havia conseguido sair do Mapa da Fome em 2014. Entretanto, o país voltou à lista em 2021, durante o governo Bolsonaro, após uma descontinuidade nas políticas sociais e o impacto da pandemia de COVID‑19.

O ponto mais crítico ocorreu em 2022, quando a prevalência da subnutrição chegou a cerca de 4,2% da população. Com a queda para menos de 2,5% no triênio 2022‑2024, o Brasil foi novamente excluído do indicador de insegurança alimentar crônica.

Políticas públicas

As medidas implementadas incluem ações robustas como o Bolsa Família, a compra de alimentos da agricultura familiar, programas de alimentação escolar, o fortalecimento do salário mínimo, crédito rural acessível (PRONAF) e obras sociais como cozinhas solidárias. Essas iniciativas resultaram na retirada de 24 milhões de brasileiros da insegurança alimentar grave até o fim de 2023, e na redução da pobreza extrema para 4,4% — menor nível registrado na série histórica. Em 2024, o desemprego atingiu 6,6%, o rendimento per capita doméstico rompeu o recorde de R$ 2.020, e o índice de Gini caiu para 0,506, apontando menor desigualdade.

O que é o Mapa da Fome e como ele é calculado

O Mapa da Fome, elaborado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), classifica como “subnutrição grave” países com mais de 2,5% da população em risco de não ter acesso regular a alimentos suficientes para uma vida saudável. A classificação considera a média móvel de três anos (média trienal), para minimizar distorções causadas por crises pontuais