
A menos de quatro meses do início da COP 30 e diante da pressão de alguns países para que a sede fosse transferida, o presidente da conferência, André Corrêa do Lago, reafirmou nesta sexta-feira (1º) que o evento climático está mantido em Belém. “Não vamos nos mudar”, assegurou ele, ao responder às críticas envolvendo a rede de hospedagem da capital paraense.
A declaração vem em um momento em que, nos bastidores diplomáticos, alguns países manifestaram preocupação com a capacidade da cidade para sediar um evento da magnitude da COP, que deve reunir chefes de Estado, representantes de quase 200 nações, cientistas, ativistas e integrantes da sociedade civil organizada. As principais dúvidas dizem respeito à rede de hospedagem e à infraestrutura logística de Belém.
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Para responder às críticas, os organizadores anunciaram a criação de uma plataforma oficial de hospedagem, que será gerenciada pela Organização das Nações Unidas (ONU). O sistema tem o objetivo de organizar e facilitar o acesso às acomodações para os participantes da conferência.
De acordo com a organização, essa plataforma irá garantir hospedagem a preços acessíveis, com diárias de até US$ 220, voltadas especialmente para as delegações de 98 países em desenvolvimento e ilhas do Pacífico, historicamente mais vulneráveis às mudanças climáticas e que integram as negociações da conferência.
Até o momento, estão disponíveis 2.500 quartos individuais, com tarifas fixadas entre US$ 100 e US$ 600. A gestão das reservas será feita em etapas, priorizando, nesta fase inicial, os participantes envolvidos diretamente nas negociações oficiais da COP30.
Reuniões estratégicas e planejamento em andamento
A decisão de manter Belém como sede da COP foi tomada durante uma reunião que contou com a presença de representantes da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), do governo federal brasileiro e do governador do Pará, Helder Barbalho. O encontro envolveu os principais órgãos responsáveis pela organização do evento e reafirmou o compromisso do Brasil com a realização da conferência no coração da Amazônia.
Em nota oficial, a Secretaria Extraordinária da COP30 reforçou o caráter "amplo, inclusivo e acessível" que o evento pretende ter e destacou o esforço conjunto entre autoridades brasileiras e a ONU para superar os desafios logísticos e garantir o sucesso da conferência.
Além disso, uma nova reunião técnica já está agendada para o próximo dia 11 de agosto. O encontro servirá para dar continuidade às discussões e alinhar ações nos eixos fundamentais do evento: acomodação, transporte, segurança, alimentação e demais aspectos operacionais que envolvem o acolhimento de milhares de participantes em Belém.
Belém no centro das atenções globais
A realização da COP30 na capital do Pará, no mês de novembro, é considerada estratégica para fortalecer o protagonismo da Amazônia nas discussões sobre o clima. Essa será a primeira vez que uma Conferência das Partes da ONU será realizada na região amazônica, o que representa um marco histórico na luta contra as mudanças climáticas.
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Para os organizadores, garantir a presença da conferência em Belém é também uma forma simbólica e prática de colocar os povos da floresta, as comunidades tradicionais e a biodiversidade amazônica no centro do debate climático global.
Apesar dos desafios, a organização reafirma que está empenhada em cumprir todas as exigências técnicas e operacionais da ONU para assegurar o sucesso da conferência. Com o reforço da plataforma internacional de hospedagem e o alinhamento entre os governos federal, estadual e municipal, a expectativa é de que Belém esteja pronta para receber o evento até novembro.
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