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NÃO SE CALOU

"Não deu certo; estou viva!", lembra vítima de 60 socos em elevador

Juliana Garcia, vítima de 60 socos, compartilha sua história de superação e resistência contra a violência. Conheça sua luta e mensagem de esperança

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Imagem ilustrativa da notícia "Não deu certo; estou viva!", lembra vítima de 60 socos em elevador camera Câmeras de segurança do elevador registraram os momentos de barbárie vividos por Juliana, vítima do namorado |

É com um sentimento de indignação e pesar que mais uma história de violência contra a mulher se repetiu em nosso País. A brutalidade com que a empresária Juliana Garcia dos Santos foi atacada, se tornou um caso que ecoa a selvageria de outro episódio recente, que ficou tristemente conhecido como "caso dos 60 socos".

A empresária Juliana, de 35 anos, foi a vítima mais recente dessa barbárie, agredida com 61 socos em um curto espaço de tempo de 36 segundos pelo então namorado, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos. A violência, registrada por câmeras de segurança dentro de um elevador em Natal, no Rio Grande do Norte, chocou o país e resultou na prisão em flagrante do agressor por tentativa de feminicídio.

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A história de Juliana, contada em uma entrevista ao programa Domingo Espetacular, é um testemunho de resistência e superação. Ela sobreviveu ao ataque que lhe deixou com quatro ossos do rosto quebrados e que a obrigou a passar por uma cirurgia de reconstituição facial. A empresária não se calou e, em sua entrevista, enviou um recado direto ao agressor: "Que ele soubesse que não deu certo, que eu estou viva". Essa frase não é apenas uma constatação, mas um grito de liberdade e um símbolo de sua determinação em não se tornar mais uma estatística.

Juliana, que se define como uma "mulher livre e cheia de sonhos", entende que sua voz e sua história são importantes para dar visibilidade a outras mulheres em situação de vulnerabilidade. Por isso, ela reforça uma mensagem crucial: "a culpa não foi minha e a culpa nunca será da vítima". Essa afirmação é um contraponto direto à cultura que muitas vezes tenta justificar ou amenizar a violência, culpabilizando a mulher. Em sua luta, Juliana ressignificou a dor, transformando seus "olhos agredidos" em um símbolo de "resistência". "Eu não tenho opção a não ser forte", declarou.

A empresária explicou os detalhes daquele dia fatídico. A discussão com Igor começou após ele a acusar de traição, jogando seu celular na piscina. Juliana, percebendo que o namorado estava "muito alterado", tentou evitar que ele entrasse em seu apartamento, por temer que ele quebrasse seus pertences. Ela se recusou a sair do elevador, pois sabia que "fora do elevador não tinha câmera" e percebeu que aquele era o único local onde as agressões poderiam ser registradas, o que se provou um fator crucial para sua sobrevivência e para a posterior prisão do agressor.

A esperança de que a portaria monitorasse as câmeras fez com que ela gesticulasse, apontando para a câmera, em uma tentativa desesperada de pedir ajuda. Dentro do elevador, antes de começar a sequência de socos, Igor a ameaçou: "então você vai morrer". Após a brutalidade, ele saiu do local "calmo, ajeitando o chinelo", "como se nada tivesse acontecido", segundo o relato de Juliana, uma atitude que revela a frieza e a falta de empatia do agressor.

O relacionamento de quase dois anos com Igor foi descrito por Juliana como "tóxico e abusivo". Ela relatou que o ex-namorado exercia controle excessivo e tinha um ciúme desproporcional, que ela classificou como "11" em uma escala de 0 a 10. A empresária revelou que não era a primeira vez que era agredida e que o suspeito já havia quebrado dois celulares dela por ciúmes e a agredido fisicamente sete meses antes do ataque no elevador.

A defesa de Igor Eduardo Pereira Cabral alegou que ele sofre de claustrofobia, uma alegação que não foi comprovada por laudos médicos. A delegada geral do Rio Grande do Norte, Ana Cláudia Saraiva, por sua vez, foi categórica ao classificar a agressão como uma "atrocidade, selvageria, uma covardia" e ressaltou que a denúncia é a principal ferramenta para romper o ciclo de violência.

O caso de Juliana Garcia dos Santos é um lembrete doloroso de que a violência contra a mulher é uma realidade e que a coragem de denunciar, mesmo em meio à dor, é o caminho para buscar justiça e, quem sabe, inspirar outras mulheres a fazer o mesmo.

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Como denunciar casos de violência doméstica

Vale ressaltar que existem canais de denúncia para auxiliar e proteger as vítimas de violência doméstica. A denúncia pode ser feita de forma anônima.

  • Polícia Militar: Telefone 190 (para situações emergenciais).
  • Polícia Civil: Telefone 181.
  • Central de Atendimento à Mulher: Telefone 180 (recebe denúncias, encaminha aos órgãos competentes e orienta mulheres em situação de violência).
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