
Presente em praticamente todas as cozinhas do Brasil, o gás de cozinha é um item essencial na rotina de muitas famílias e agora volta ao centro da estratégia da Petrobras. Nesta última quinta-feira (07), o conselho de administração da estatal divulgou que aprovou a reinserção da empresa no setor de distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), mais conhecido como gás de cozinha. A medida representa uma reviravolta estratégica para a companhia, que havia deixado de atuar diretamente nesse segmento após a venda da Liquigás, em 2020.
A decisão passa a integrar oficialmente o plano estratégico da empresa, que agora prevê “atuar na distribuição de GLP”. Apesar da sinalização clara de retorno ao mercado, o comunicado da Petrobras não detalha, por enquanto, como será feita essa nova atuação. Ainda não se sabe se haverá venda direta ao consumidor final, como acontecia anteriormente, ou se a atuação será por meio de parcerias ou outras formas de presença no setor.
Segundo a estatal, o reposicionamento contará com diretrizes que incluem a integração com outros negócios da Petrobras no Brasil e no exterior. Além disso, a companhia destacou que pretende oferecer “soluções de baixo carbono” na área de distribuição, alinhando-se às metas globais de transição energética e sustentabilidade.
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Privatização e críticas do governo
A Petrobras deixou de operar no mercado de distribuição de gás com a privatização da Liquigás, vendida em 2020 para um consórcio formado pelas empresas Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás Butano. Antes disso, a estatal também atuava na distribuição de combustíveis líquidos por meio da BR Distribuidora, atual Vibra Energia, cuja venda foi concluída em 2021. Com essas operações, a empresa havia encerrado a presença direta junto ao consumidor final no setor de energia doméstica.
O anúncio da retomada ocorre em meio a críticas públicas do governo federal, principal acionista e controlador da Petrobras, sobre os altos preços do botijão de gás no país. Em maio deste ano (2025), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou insatisfação com a diferença entre o preço de venda da Petrobras e o valor final pago pelos consumidores nas revendas.
“A Petrobras manda o gás de cozinha a R$ 37. Quando é que chega aqui? R$ 110, R$ 120, tem estado que é R$ 140. E eu posso dizer para vocês que está errado. Vocês não podem pagar R$ 140 por uma coisa que custa R$ 37 da Petrobras. Está certo que tem o custo do transporte, mas não precisa pagar tanto”, disse Lula, na ocasião.
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Com a queixa do presidente, aumentou o debate sobre a necessidade de maior regulação e fiscalização na cadeia de distribuição do GLP. A expectativa agora é que, com o retorno da Petrobras ao setor, haja maior competitividade e pressão por preços mais justos no mercado interno, especialmente para as famílias de baixa renda que dependem do gás de cozinha diariamente.
Ainda sem data definida para o início das operações, a inclusão do GLP no plano estratégico representa, ao menos, uma sinalização de que a Petrobras está disposta a ampliar a atuação no abastecimento doméstico, o que pode trazer impactos diretos ao consumidor nos próximos anos.
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