
A crise política na Câmara dos Deputados ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (8), quando a Mesa Diretora protocolou pedido de suspensão de mandato contra cinco parlamentares por até seis meses.
Entre eles, está o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), apontado como um dos líderes do ato que travou a retomada dos trabalhos no plenário nesta semana.
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A decisão foi tomada sob comando do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), depois que o grupo se recusou a deixar as cadeiras da Mesa Diretora durante sessão na última quarta-feira (6), em meio à ocupação organizada por deputados de oposição alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além de Van Hattem, estão na lista Julia Zanatta (PL-SC), Zé Trovão (PL-SC), Marcos Pollon (PL-MS) e Camila Jara (PT-MS). No caso de Camila, a representação foi solicitada pelo PL, que a acusa de agredir o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
Protesto e confronto político
A manifestação dos deputados ocorreu em protesto contra a prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, na última segunda-feira (4).
O grupo em questão exigia a votação imediata de três pautas: anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, fim do foro privilegiado e impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Diante disso, Hugo Motta tentou retomar as sessões na Câmara e advertiu que parlamentares que mantivessem a obstrução poderiam ser punidos com até seis meses de suspensão.
Dois dias depois, a Mesa Diretora formalizou a representação, alegando que a atitude configurou desrespeito à presidência da Casa e tentativa de impedir o funcionamento regular do Legislativo, o que caracteriza quebra de decoro parlamentar segundo o regimento.
Casos anteriores
A ação contra os cinco parlamentares segue precedentes recentes: Gilvan da Federal (PL-ES) e André Janones (Avante-MG) já haviam sido afastados por três meses por condutas consideradas incompatíveis com o cargo.
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Em entrevista na última quinta-feira (7), o presidente da Câmara reforçou que não cederá a pressões de nenhuma das partes. “Não trabalho sob chantagem ou imposição”, afirmou.
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