
Após o caso chocante que resultou no assassinato de um adolescente de apenas 16 anos, confundido com um integrante de facção na praia de Jericoacoara, no Ceará, o Ministério Público do estado (MPCE) inicia mais um capítulo para a resolução do episódio.
O MPCE apresentou denúncia contra oito pessoas envolvidas no brutal assassinato do adolescente, que aconteceu em dezembro de 2023 na famosa praia. Vale lembrar que já foi apurado que Henrique Marques de Jesus não tinha nenhum envolvimento com o crime organizado.
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O caso ganhou repercussão nacional após revelar a violência extrema sofrida por Henrique, que estava de férias com a família em um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil. Ele era natural de Santos (SP).
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Denunciados e crimes imputados
O MPCE denunciou quatro adultos ao Tribunal de Justiça do Ceará e representou contra quatro adolescentes por ato infracional. Os adultos identificados são:
- Alex Gomes da Costa, conhecido como "Pezão" - apontado como responsável por ordenar a execução;
- Anderson Silva Veras, o "Gota";
- Antônio Carlos Paulino de Almeida, o "Pantanal";
- Francisco Erlânio Freitas dos Santos, o "Dasarea".
Os suspeitos responderão por homicídio qualificado (com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, tortura e impossibilidade de defesa), ocultação de cadáver e formação de organização criminosa. Os menores responderão por ato análogo ao homicídio com as mesmas qualificadoras.
Como aconteceu o crime
Segundo a denúncia do MPCE, o assassinato foi motivado por rivalidade entre facções criminosas. No dia 16 de dezembro de 2023, na praia da Malhada, Henrique foi abordado pelos criminosos porque vestia uma camiseta com símbolos interpretados como referência a uma facção rival.
A sequência trágica dos fatos
- Abordagem inicial: Henrique foi questionado sobre a camiseta que usava;
- Recusa: o jovem se recusou a retirar a peça de roupa;
- Confisco do celular: os criminosos tomaram o aparelho e encontraram imagens que reforçaram suas suspeitas;
- Tortura: Henrique começou a ser torturado pelos agressores;
- "Tribunal do crime": o jovem foi submetido a um julgamento pelos criminosos.
Um dos aspectos mais chocantes do caso foi a participação de Alex "Pezão", que acompanhou o "julgamento" de forma remota por celular. O criminoso estava encarcerado no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, mas foi quem tomou a decisão final de condenar Henrique à morte.
Ocultação do corpo e divulgação de imagens
Após executar o jovem com "extrema violência", os criminosos transportaram o corpo em um quadriciclo para ocultar na Lagoa do Paraíso. Em um ato de crueldade adicional, tiraram fotos do corpo e compartilharam as imagens em grupo de WhatsApp.
Se o Tribunal de Justiça do Ceará aceitar a denúncia, os acusados passarão a ser tratados como réus. O MPCE pediu a condenação dos quatro adultos e a internação dos quatro adolescentes envolvidos.
Até o momento, três pessoas foram presas e apreendidas por participação no crime - dois adultos e um adolescente. Os demais envolvidos ainda não foram localizados pela polícia.
Impacto no turismo local
O caso levantou questões sobre a segurança em destinos turísticos cearenses e destacou como a violência entre facções pode atingir pessoas inocentes. Jericoacoara, conhecida mundialmente por suas belezas naturais, teve sua imagem associada a este episódio trágico que vitimou um jovem turista.
A família de Henrique ainda aguarda que a Justiça seja feita e que todos os envolvidos sejam punidos conforme a lei. O caso permanece sob investigação das autoridades competentes.
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