O caso que chocou Belo Horizonte e o Brasil nesta semana ganha novos desdobramentos com a decisão da Justiça de converter em prisão preventiva a detenção de Renê da Silva Nogueira Júnior, empresário acusado de matar a tiros o gari Laudemir de Souza Fernandes. O crime, registrado em plena luz do dia, provocou forte comoção pública e agora é tratado como homicídio qualificado — um crime considerado hediondo pela Justiça.
Durante a audiência de custódia realizada na quarta-feira (13), o juiz Leonardo Damasceno, da Central de Audiência de Custódia, rejeitou os pedidos da defesa e destacou a periculosidade do acusado. Segundo o magistrado, a atitude do empresário após o crime reforça seu perfil violento e desequilibrado.
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Um dos pontos que mais chamou a atenção do juiz foi o comportamento de Renê logo após o assassinato. O empresário foi preso horas depois do crime, dentro de uma academia, onde fazia exercícios como se nada tivesse acontecido.
“Ao que tudo indica, ele foi para a academia... quer dizer, comete um crime e vai treinar? Situação que merece apuração sobre a personalidade do agente”, afirmou o juiz Damasceno.
Para o magistrado, a aparente frieza emocional do suspeito após o homicídio reforça a necessidade da prisão preventiva. O juiz também considerou outros elementos, como:
- Reconhecimento por testemunhas;
- Imagens de câmeras de segurança, que mostram o carro do acusado se aproximando do local do crime;
- Perseguição ininterrupta da polícia até a prisão.
Defesa pediu sigilo do caso
Os advogados de Renê tentaram reverter a prisão, alegando que ele é réu primário, possui bons antecedentes e residência fixa. A defesa também pediu que o processo fosse colocado sob sigilo, o que foi negado pelo juiz.
Na audiência, Renê negou ter cometido o crime. Disse que passou o dia trabalhando, passeando com o cachorro e depois foi para a academia. Foi lá que, segundo ele, teria sido surpreendido pela polícia.
Duas armas de fogo foram encontradas na casa de Renê. Ambas pertencem à sua esposa, que é delegada, e foram apreendidas para perícia. As autoridades investigam se alguma delas foi usada no crime.
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Histórico de violência pesa na decisão
Outro fator decisivo para a manutenção da prisão foi o histórico de agressividade do acusado. De acordo com o juiz, Renê já respondeu por violência doméstica e chegou a quebrar o braço de uma ex-companheira. Ele também teria se envolvido em um caso de atropelamento.
Além disso, o juiz destacou que a vítima não teve chance de defesa:
“Ele sai do veículo, ameaça trabalhadores, aponta arma para uma motorista de caminhão e diz que vai atirar na cara dela. Depois, volta e dispara contra o gari. Toda uma dinâmica que mostra a periculosidade do agente.”
A Justiça classifica o caso como homicídio qualificado, pela forma como foi executado — sem chance de defesa da vítima, com ameaça a outros trabalhadores e motivado por uma atitude descontrolada e agressiva. Por isso, o crime é tratado como hediondo, o que afasta a possibilidade de liberdade provisória neste momento.
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