Empresários presos suspeitos de integrar plano do PCC para matar promotor

Na manhã desta sexta-feira (29), dois empresários foram presos por suspeita de participarem de um plano para matar um promotor de justiça de São Paulo. O crime seria praticado em esquema com a facção do PCC (Primeiro Comando da Capital).

O alvo seria Amauri Silveira Filho, promotor que atua no município de Campinas, interior de São Paulo e que já coordenou o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Além dele, um comandante da Polícia Militar também seria alvo, segundo a própria corporação.

A ordem para o assassinado do promotor teria partido de Sérgio Luiz de Freitas Filho, o Mijão, integrante da alta cúpula da facção. Ele se encontra foragido há cinco anos. Investigadores suspeitam que ele esteja na Bolívia, assim como outros líderes do PCC.

Empresários

Os empresários suspeitos Maurício Silveira Zambaldi, o "Dragão", e José Ricardo Ramos- atuam no setor do comércio de veículos e de transportes. Os dois foram presos em Campinas. Além do cumprimento dos mandados de prisão, um homem que estava na casa de Dragão também foi encaminhado à delegacia após jogar um celular pela janela no momento em que os agentes chegaram ao local.

O plano para matar o promotor foi descoberto durante a Operação Linha Vermelha, que apura há meses crimes relacionados a organização criminosa armada, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

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"Há poucos dias, foram coletadas informações que indicavam que um dos investigados estaria associado à liderança do PCC e, com o objetivo de prejudicar as investigações, teriam arquitetado e colocado em prática um plano para matar o promotor", afirmou o Ministério Público.

Segundo a investigação, os suspeitos teriam financiado e providenciado a aquisição de veículos e de armamento e a contratação de operadores para a execução de uma emboscada ao promotor. No entanto, o plano foi descoberto pelo Ministério Público, que identificou os articuladores e financiadores.

O Juiz da 4ª Vara Criminal da Comarca de Campinas, Caio Ventosa Chaves, acolheu os pedidos do Gaeco e expediu três mandados de prisão temporária e quatro mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos por equipes do 1º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), acompanhadas de integrantes do Ministério Público.

Mijão é considerado um dos principais negociadores do tráfico de cocaína do PCC. Segundo o Ministério Público, mesmo fora do país ele segue coordenando esquemas de compra e venda de droga no Brasil.

"As investigações continuam para a identificação de outras pessoas envolvidas no plano que vinha sendo articulado", disse o MPSP