
Um dos principais traficantes de animais silvestres do Brasil foi preso nesta sexta-feira (5) durante a Operação Fauna Protegida, realizada em Salvador. O suspeito, que não teve o nome divulgado, é apontado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) como líder de uma organização criminosa interestadual, responsável por comercializar ilegalmente aves raras por valores que chegavam a R$ 80 mil.
Coordenada pelo MP-BA, com apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar, a operação também teve ações no município de Mascote, no extremo sul da Bahia. A força-tarefa apura crimes como tráfico de animais, maus-tratos, receptação qualificada e lavagem de dinheiro.
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Esquema lucrativo e antigo
Segundo as investigações, o grupo criminoso movimentava um esquema estruturado, com divisão de tarefas e atuação em diferentes regiões do estado e de fora dele. Espécies como estevão, canário, papa-capim, chorão e trinca-ferro eram capturadas de forma ilegal e revendidas por altos valores. Em um dos flagrantes anteriores, o suspeito já havia sido encontrado com mais de 1.500 pássaros e centenas de jabutis.
Apesar das inúmeras passagens pela polícia, essa é a primeira vez que o investigado é preso por crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A operação também cumpriu um mandado de prisão preventiva contra um dos principais fornecedores de animais do grupo, além de quatro mandados de busca e apreensão em residências de integrantes da quadrilha. Em um dos locais, foram encontrados dezenas de galos vítimas de maus-tratos, criados para rinhas ilegais.
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Organização criminosa com quatro núcleos
De acordo com o MP-BA, a organização era dividida em quatro núcleos operacionais:
- Captores e fornecedores: responsáveis pela caça e pelo armazenamento precário dos animais em áreas rurais da Bahia.
- Transportadores: encarregados de levar os animais, muitas vezes em condições de maus-tratos, até os compradores.
- Financeiro: grupo que movimentava o dinheiro ilegal, usando contas bancárias para esconder a origem dos recursos.
- Receptadores: localizados principalmente em Salvador, revendiam os animais ilegalmente.
A promotora de Justiça do Meio Ambiente, Aline Salvador, afirmou que a operação representa uma resposta firme do estado contra crimes ambientais. “A operação deflagrada hoje [dia 5] é uma resposta contundente do estado para promover a proteção da nossa fauna, tão importante para a manutenção de um meio ambiente saudável. Agora, as investigações seguem para complementação das provas e a realização da denúncia criminal por crimes de tráfico e maus-tratos de animais, lavagem de dinheiro e associação criminosa”, declarou.
As investigações seguem para o aprofundamento das provas e a apresentação da denúncia formal à Justiça.
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