
O Supremo Tribunal Federal (STF) foi movimentado nesta quinta-feira, 9 de outubro de 2025, com o anúncio de saída do ministro Luís Roberto Barroso. A declaração inesperada, feita antes da idade de aposentadoria compulsória, movimenta os bastidores palacianos e garante ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a oportunidade de realizar sua terceira indicação para a Corte neste mandato. Barroso, que tem 67 anos e deixa o cargo por vontade própria, afirmou que a vida pessoal influenciou a decisão de seguir novos rumos após 12 anos de dedicação ao serviço público.
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF até 29 de setembro com a chegada de Edson Fachin no comando do próximo biênio, comunicou sua saída do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (9/10). O anúncio ocorreu após o julgamento de ações trabalhistas em sessão do plenário do STF.
Barroso, que já manifestava o desejo de deixar a Corte após o fim de sua presidência, intensificou sua vontade de saída com a atual animosidade existente entre o Brasil e os Estados Unidos. A família do ministro foi "indiretamente" afetada pela recente ofensiva do governo de Donald Trump contra o ministro Alexandre de Moraes, que incluiu a suspensão de vistos de Moraes, aliados e familiares. O ministro deixa o STF por vontade própria, aos 67 anos, uma vez que a aposentadoria compulsória é somente aos 75 anos.
A saída de Barroso era esperada e vinha movimentando os bastidores políticos há meses. Com a vaga agora aberta, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá a chance de fazer uma terceira indicação entre os 11 ministros da Corte.
Reflexões e despedida
Ao comunicar sua saída, Luís Roberto Barroso declarou que pretende ficar apenas mais alguns dias para resolver pendências e entregar pedidos de vista. No entanto, em plenário, a saída foi imediata.
O ministro Barroso leu uma carta de despedida visivelmente emocionado.
“Por 12 anos ocupei o cargo de ministro do STF sendo presidente nos últimos 2 anos. Foram tempos de imensa dedicação à causa da justiça e da democracia. A vida me proporcionou a benção de servir ao país”, afirmou Barroso.
Ele ainda mencionou as dificuldades pessoais que enfrentou ao longo do período.
“Nada disso me afastou de dar o melhor de mim”, declarou Barroso, antes de explicar que não tem apego ao poder. “Sinto que agora é hora de seguir outros rumos. Nem sequer os tenho bem definidos, mas não tenho qualquer apego ao poder”, afirmou.
Ele concluiu sua reflexão sobre os ônus da profissão e seu legado:
“Os sacrifícios e ônus da nossa profissão acabam se transferindo aos nossos familiares e pessoas queridas. Gostaria de me despedir com uma breve reflexão: reafirmo minha fé nas pessoas”, acrescentou.
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