
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira (16) a reabertura do inquérito que investiga a suposta interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF). A decisão atende a um pedido formal feito pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, no último dia 15.
A investigação original teve início após a saída do então ministro da Justiça, Sérgio Moro, em abril de 2020. Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal, especialmente ao substituir o diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, que havia sido indicado por ele próprio. Na época, a PF concluiu que não houve ingerência política e recomendou o arquivamento do caso.
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No entanto, a Procuradoria-Geral da República defende que há elementos suficientes para reexaminar as alegações. Entre as provas citadas está uma mensagem enviada pelo ex-presidente a Moro, no dia 22 de abril de 2020, na qual Bolsonaro confirma a demissão de Valeixo. No dia seguinte, Bolsonaro compartilhou uma notícia sobre investigações da PF que envolviam deputados ligados a ele, o que, para a PGR, pode indicar tentativa de manipulação das ações da corporação.
O pedido da PGR ressalta a importância de verificar se a suposta interferência teve ligação com investigações em andamento relacionadas à chamada “Abin Paralela”, esquema de desinformação e o uso da estrutura do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Tais investigações fazem parte de um contexto mais amplo, que envolve acusações de envolvimento em tramas golpistas.
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A reabertura do inquérito representa um novo capítulo na apuração das possíveis influências políticas na Polícia Federal durante o governo Bolsonaro. A decisão do ministro Moraes mostra a importância da independência das instituições no Brasil e a necessidade de esclarecer eventuais irregularidades no exercício do poder executivo.
Com a retomada das investigações, a Polícia Federal deverá aprofundar as apurações para confirmar se houve, de fato, interferência na atuação da corporação, com o objetivo de garantir a transparência e a legalidade nas ações do Estado. O andamento do processo será acompanhado pelo Supremo Tribunal Federal.
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