Neste ano, a medicina alcançou um feito histórico: o primeiro transplante de útero entre duas mulheres vivas resultou no nascimento de trigêmeos idênticos. O procedimento, um avanço notável na medicina reprodutiva, foi realizado em Jéssica Borges, de 28 anos, que nasceu sem útero.
O órgão foi doado pela irmã, em uma cirurgia que abre novas perspectivas para mulheres com infertilidade uterina congênita. O sucesso do transplante e da gestação reforça o potencial dessa técnica em possibilitar a maternidade em casos antes considerados impossíveis.
Transplante é o primeiro no mundo
Muitas mulheres sonham com a maternidade, mas nem sempre esse desejo pode se concretizar — especialmente para aquelas que desejam gerar o próprio filho. Diversas condições de saúde podem causar infertilidade, dificultando a fecundação e a gravidez. Entre elas, destacam-se a endometriose e a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP).
Apesar disso, o caso de Jéssica era ainda mais grave, já que ela nasceu com uma condição rara denominada Síndrome de Rokitansky, o que se caracteriza pela ausência de útero, o que impossibita a gravidez. Foi por essa razão que ela decidiu passar por um transplante uterino. Mas o mais incrível nessa história toda é que Jéssica não recebeu a doação do útero de qualquer mulher, mas da sua irmã, Jaqueline.
O procedimento foi realizado em 17 de agosto de 2024, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo. A cirurgia contou com a parceria de uma equipe da Universidade de Gotemburgo, da Suécia, e especialistas do próprio hospital. O que ninguém esperava, porém, era que Jéssica engravidasse não de um, mas de três bebês após o transplante.
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Após procedimento, mulher deu à luz à trigêmeos idênticos
Alguns meses após receber o útero transplantado da irmã, Jéssica decidiu seguir em frente com o sonho da maternidade. Ela implantou um embrião formado com o material genético dela e do marido, Ronilson. Surpreendentemente, o embrião se dividiu duas vezes, resultando em três bebês idênticos: Heitor, Rian e Alisson.
Como era de se esperar, a gestação foi desafiadora. Além dos riscos naturais de uma gravidez em útero transplantado, Jéssica ainda esperava trigêmeos — uma gestação considerada de alto risco. Por isso, entrou em trabalho de parto prematuro no dia 20 de agosto, exatamente 1 ano e 3 dias após o transplante, com 28 semanas de gestação.
Embora o parto tenha ocorrido antes do tempo ideal — entre 39 e 42 semanas —, os trigêmeos nasceram bem. Eles permaneceram algumas semanas na UTI neonatal, mas se recuperaram com sucesso, estão saudáveis e já receberam alta para casa.
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