O uso de energia renovável é o termo da moda e apontado como um dos caminhos mais eficazes para reduzir impactos ambientais e cortar gastos a longo prazo. Ainda assim, essa realidade está longe de fazer parte da rotina da maioria dos brasileiros.
Um novo estudo mostra que, embora o tema seja amplamente aprovado, ele ainda não se transforma em ação concreta para grande parte da população. O Brasil apresenta um hiato de 50 pontos percentuais entre considerar a energia limpa importante e efetivamente adotá-la, o maior entre todos os hábitos sustentáveis pesquisados.
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Segundo o levantamento ESG Trends 2025, realizado pela Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Mercado em 13 países, 76% dos brasileiros enxergam a energia renovável como essencial, mas só 26% já adotam alguma solução limpa. Para Silvio Pires de Paula, presidente da instituição, esse descompasso exemplifica o chamado “gap” entre discurso e comportamento.
Entraves econômicos e técnicos
O estudo aponta que o custo inicial dos equipamentos é a principal barreira. Instalar painéis solares ainda exige investimento elevado, inacessível para muitas famílias. Além disso, o acesso limitado a fornecedores e a falta de informações claras dificultam o processo de adesão.
O engenheiro de energia Rodrigo Porto, da Universidade de Brasília (UnB), destaca que parte das redes elétricas brasileiras ainda não está preparada para receber energia distribuída em larga escala. Ele lembra, também, que muitos brasileiros acreditam que o país já possui uma matriz suficientemente limpa, o que reduz a sensação de necessidade de investir individualmente.
Dimensão cultural e necessidade de incentivo
Outro ponto apontado por especialistas é o aspecto cultural: a consciência ambiental cresceu, mas a mudança de hábito não acompanha o mesmo ritmo. Muitas pessoas só adotam práticas sustentáveis quando elas se tornam mais acessíveis ou quando algum tipo de incentivo financeiro entra em vigor.
Para Francisco Moreira, especialista em sustentabilidade, a transição depende de informação e incentivo. Políticas públicas, linhas de crédito específicas e orientações acessíveis para o consumidor podem acelerar o processo e reduzir a distância entre intenção e prática.
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Potencial elevado, desafio ainda maior
Com alta incidência de sol e vento, o Brasil possui condições naturais ideais para ampliar rapidamente o uso de energias renováveis. O desafio, afirmam os especialistas, está em tornar essas soluções mais acessíveis, compreensíveis e integradas ao cotidiano do cidadão comum.
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